sábado, 17 de fevereiro de 2007

Ansiedade, Tremor e Chatos.

Uma das minhas atividades no emprego atual é atender clientes, e me chama a atenção a quantidade de clientes que atendo que são ansiosos ou que estão com as mãos tremendo.
Os ansiosos geralmente são homens, com idade superior a 45 anos, apressados, impacientes, que jogam uma lista de pedidos em minha direção. Tenho que ter tato para lidar pois são pessoas que, na maioria das vezes, estão, além de ansiosas, com impaciência e intolerância. Eu imaginei que a ansiedade fosse uma característica do jovem, mas me surpreendi com a quantidade de homens acima dos 45 anos que demonstram ansiedade à minha frente, e não se trata de ficar ansioso porque estão diante de mim, é uma característica destas pessoas.
Quanto aos jovens, noto que alguns deles tem tremor nas mãos, não são drogados ou com síndrome de abstinência, são pessoas sóbrias que tem esta característica e que acabam me deixando um pouco perturbado porque tenho a impressão que vão deixar cair o que seguram nas mãos, são, na maioria homens, entre 25 e 35 anos.
Ainda bem que estes dois grupos são minoria, porque me desagrada atender pessoas assim, mas tem piores, os chatos, estes são insuportáveis, não são os chatos que tiveram um dia ou noite ruim, são os chatos profissionais que sempre que aparecem fazem questão de serem chatos, de incomodarem, de pedirem o impossível e não entenderem que o que pedem não existe ou está em falta, destes, a vontade é de não atender, pois desgastam demais. A tática que uso para não me incomodar com eles é não me deixar levar pela chatice, não embarco na onda do cara e nem aceito o convite para a dança que ele me propõe, dito o ritmo do atendimento de acordo com a minha necessidade e o chato que amargue sua chatice. Bem longe de mim, claro.

domingo, 11 de fevereiro de 2007

Carnaval.

"Vou beijar-te agora
Não me leve a mal
Hoje é carnaval".


Sou indiferente ao carnaval, quando adolescente era uma época ruim porque eu era tímido e me sentia pressionado pela data e pelo grupo de amigos a me aproximar das meninas, eu era ainda mais inibido do que sou, esta pressão me causava desconforto e até períodos de depressão. Com o passar do anos o significado do carnaval mudou um pouco, para mim, e deixou de ser um evento eminenetemente erótico para ser uma festa popular, um espetáculo, o que aliviou a pressão interna em mim, mas não apagou as lembranças de um período ruim da minha vida, sinto que desperdiçei parte dela em dilemas internos, uma pena, mas que serviram para construir a minha personalidade como é hoje.
Não assisto o carnaval pela TV, apenas dou umas olhadas nos resumos dos telejornais. Se for o caso vejo uma ou outra escola carioca desfilar, mas é raro.
E você? Como se relaciona com o carnaval? Tem alguma história legal para contar?

Só.

Quando eu nasci minha mãe tinha 44 anos de idade e meu pai 42. Eles não gostavam de sair de casa, passear ou visitar amigos, tinham poucos amigos e nenhum desses tinha filhos com a minha idade. Tenho a impressão que fui cuidado por avós e não por pais pela idade deles e pela forma que me educaram. Me acostumei a ser só, brincava sozinho quando criança, lia livros, escutava música em discos de vinil e assistia televisão, preto e branco naquela época. Sempre preferi poucos amigos e amizades próximas do que muitas amizades ou grupos. Por causa disso, preciso, eventualmente, estar só, buscar em mim o meu espírito e minha identidade. Quando a vida ou qualquer circunstância me obriga a não estar só por longo tempo me sinto mal, parece que sou levado pela vida e fico incomodado com isso.
Reservo o horário de dormir e as minhas caminhadas matinais para ficar só e colocar as idéias e sentimentos em ordem, pensar sobre a minha vida e projetar o que farei adiante. Sozinho. É como se fose um defrag na mente, organizando os arquivos mentais lado a lado.
Este blog, de certa forma, reproduz esta minha caracteristica de ser só, não fiz questão de divulgá-lo nos mecanismos de busca, apenas para pessoas conhecidas e, recentemente, em locais que freqüento na Internet. Há pouco movimento aqui, baseado nos comentários que é única forma que tenho de saber se é ou não acessado, pois não uso ferramenas que identificam quem aqui acessa. Apesar deste ar de solidão, gosto deste local, me sinto bem em escrever estas mal digitadas, é como se fosse um depósito de minhas idéias e fico feliz em ler os comentários, sinal de que é uma solidão aparente. Não gosto de estar só, sempre, não me faz bem.
Ficar sozinho, para mim, é fundamental para manter a minha estabilidade emocional e a saúde de minhas relações afetivas, mas não sou eremita, estar com pessoas é o principal motivo que me faz feliz hoje em dia e necessito delas para me sentir vivo.
Não sinta-se só, aqui, estou presente sempre, lendo comentários e pensando sobre o que escrever aqui.