sábado, 13 de fevereiro de 2010

Tatuagem (Parte I).

Em Março de 2009 fiz uma operação de hérnia, deu tudo certo, me recuperei bem, apesar de um pequeno transtorno por causa de uma reação à anestesia que me deixou de cama por uns dois dias.
Eu imaginei que a cicatriz da cirurgia desapareceria quase que por completo após um ano, ficaria imperceptível. Não ficou. Está visível e contrasta com a pele branca em volta, é uma área não pública do corpo.
Não quero ficar olhando para essa cicatriz para sempre, se é para ficar com uma marca que seja um desenho, uma tatuagem. Eu nunca tive vontade de fazer uma, mas me deu, agora, para cobrir a cicatriz.
Quero um desenho que seja feito com bordas bem definidas, não gosto de tatuagens borradas e não quero um desenho monocromático, quero que tenha cores e que sejam bem vivas.
Não tenho idéia de qual será o motivo ou desenho tatuado, por incrível que pareça isso é secundário, quero é esconder a cicatriz, vou aguardar o fim da temporada de piscina para tatuar e não me preocupar com o cloro ou com o sol, apesar de que não planejo que a tatuagem fique visível em uma área pública do corpo, talvez ela tenha que ultrapassar para cima a linha da cintura por questões técnicas.
Volto para dizer como está essa novela.

A Laranja de Amostra.



Laranja era uma bela fruta que ocupava um lugar de destaque no pé de laranja: bem no alto, visível, e desejável. Muitos passarinhos a cortejavam, algum mais afoito e cara-de-pau se aproveitava de Laranja e dava-lhe uma bicadas para sugar seu suco. Laranja gostava do enrosco, era desejada, sentia prazer, trocava afeto com os passarinhos.
Um dia um passarinho de quem ela gostava lhe decepcionou, Laranja ficou triste, não queria mais ser alvo dos passarinhos e seus bicos, escondeu-se entre as folhas do pé de laranja, acumulou suco demais, ficou pesada, não estava mais no alto do pé, ficou lá pelo meio da árvore, camuflada, triste, isolada, perdida em seus sentimentos. Sentiu raiva dos passarinhos, como se todos eles fossem iguais, retraída em seu próprio mundo perdeu viçosidade, seu suco azedou, os passarinhos não a queriam mais, sua casca enrugou, ela apodreceu e caiu do pé, foi uma longa queda, e só neste momento, já no chão, que ela se deu conta de quão alta estava, quão importante e bela era e de como perdeu tudo.

Ilustração: http://www.kidmodern.com/index.php

Star Trek (2009).

Sou fã de Jornada Nas Estrelas, a série que foi filmada para a TV na década de 60, O roteiros eram excelentes, os efeitos ruins, mas bons para a época, o orçamento da série era baixo, os cenários e figurinos franciscanos.
Era uma ótima série porque era simples, o idealizador dela, Gene Roddenberry, encarregou bons roteiristas para escreverem os episódios, havia ação bem misturada com conteúdo e, salvo um ou outro episódio bobinho, a maioria das histórias eram bem fundamentadas e davam margem à discussões filosóficas e existenciais.
Nunca gostei das séries de TV e filmes para o cinema baseados em Jornada Nas Estrelas, os efeitos eram ótimos, mas faltava conteúdo, muito violentos e, sobretudo, não tinham personagens carismáticos como o Cap. Kirk e o Sr. Spock.
Assisti recentemente ao filme do cinema lançado em 2009. O diretor dele J.J. Abrams cumpriu a promessa anterior às filmagens de fazer um filme para os amantes da série clássica. No filme se vê a origem do três personagens: Kirk, Spock e McCoy, da amizade entre eles e de onde vieram outros personagens da tripulação da Enterprise, como a Ten. Uhura e o Sr. Scott, justamente são esses fatos que fazem o filme diferente e emocionante, é bacana saber como eles se conheceram e porque a amizade entre eles se desenvolveu.
O filme enquanto filme de ficção científica é fraco, óbvio, previsível, vale para os saudosos fãs como eu que se deliciaram em poder reviver os episódios da série clássica em pleno Séc. XXI.
Vida longa e próspera.