sábado, 27 de outubro de 2007

Aqui e Agora.

Fica.
Não vá embora agora.
Deixa eu curtir esse momento.
Me perder nos seus cabelos.
Na sua pele.
Na sua alma.
Não me deixa aqui sozinho.
Comigo mesmo.
Com o celular que não toca.
Sem o meu espelho.
Sem a minha esperança.
Fica aqui como minha referência.
Meu Norte.
Meu passado e meu futuro.
Me ajuda a crescer.
A não sentir dor.
A não ter pesadelos.
A não sentir fome nem sede.
Me ajuda a preparar o nosso caminho
Para que cheguemos ao nosso Paraíso.
Juntos.

E as Meninas? Do Que São Feitas?

As meninas sempre foram uma incógnita para mim. Eu não tenho irmãs e desde pequeno meu contato com as meninas foi distante. No colégio, por causa da idade e das particularidades dela eu me relacionava só com meninos. Quando os hormônios iniciaram a minha adolescência meu interesse por elas aumentou, apesar disso me faltava jeito para me aproximar. Veio a faculdade e eu pude, então, conhecer uma pouco mais da natureza feminina porque na faculdade eu conseguia ser um pouco mais solto e me relacionar com as meninas sem tanto receio.
Sinto falta de não ter me relacionado com meninas antes, hoje, eu posso dizer que conheço as mulheres um pouco mais, mas menos do que eu gostaria. As mulheres ainda são, para mim, misteriosas, instigantes, sedutoras e maravilhosas, talvez por tudo isso que até hoje me interesso por elas. Queria conhecer a sua essência, mas poucas se revelam, a maioria ou esconde a sua natureza ou sequer conhece a si mesma a ponto de poder se mostrar como verdadeiramente é, mesmo assim continua sendo um prazer conhecer as mulheres, sua alma, seus desejos, seu afeto.
Hoje, casado, me limito a observar e a imaginar, deslumbrado, a variedade de personalidades femininas que existe e sigo tentando descobrir do que as meninas são feitas.

sábado, 20 de outubro de 2007

Panos Infantis.

Em um dia dessa semana que passou apareceu no meu serviço um menino de não mais que oito anos de idade vendendo panos de pratos. Meus colegas, sempre espirituosos, começaram a falar com o menino e a fazer algumas brincadeiras com ele. Passado algum tempo o menino embrabeceu com as brincadeiras, alterou a sua voz e, se referindo ao seu ofício, disse:
- Eu não estou brincando.
Parei. Por uns instantes meu pensamento se afastou do trabalho e me remeti ao mundo da filosofia e da psicologia, mergulhei em idéias sobre o que um menino da idade dele sentia, qual era o seu mundo, porque estava ali, vendendo panos de pratos e a profundidade da frase acima. Meninos de oito anos de idade não deveriam trabalhar como ele estava fazendo, deveriam estudar e brincar, mas a realidade dele era essa e preferi deixar a questão para as ONG's e entidades governamentais que tem uma política e desenvolvem luta contra o trabalho infantil.
Foi uma dura experiência me deparar com uma criança tão pequena já trabalhando, uma situação é saber do trabalho infantil pela mídia, outra é ver essa realidade na minha frente sendo dita de uma forma tão veemente e perturbadora. Passei o restante do dia pensando nisso. Foi um dia menos alegre.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Eu? Nuco!

É bom ser homem. É bom viver, desfrutar dos prazeres das coisas simples da vida: uma boa comida, um banho quente, uma boa conversa, a companhia dos amigos, ouvir uma bela canção, ver um filme legal, ler um livro que prende a atenção, dormir quando se está com sono, e, claro, o embate de Eros.
Desde a minha adolescência quando os hormônios tomaram conta do jogo no meu corpo que me tornei escravo do desejo sexual, minha atenção se voltou às mulheres eu querendo ou não, meu olhar ficou hipnotizado para sempre por elas. Quando ando na rua é como se eu possuísse um software programado para que eu só visse as mulheres e os homens fossem apagados da minha visão, quando converso com uma mulher, ao mesmo tempo que converso, penso nela como mulher e se eu teria ou não chance com ela.
Casei, mesmo depois de casado o desejo permaneceu presente como em todo homem normal, o problema da saciedade foi resolvido com a disponibilidade e a freqüência, ainda assim o incômodo do desejo permaneceu, porque ele incomoda, escraviza, obriga, não dá refresco. Em uma reunião de trabalho ou mesmo na rua, onde quer que eu esteja os meus olhos percorrem territórios femininos sem permissão, esquadrinham colos, pernas, retaguardas, mãos, olhos, como se eu fosse um robô programado para vasculhar e descobrir entidades femininas que fossem interessantes, desejáveis, conquistáveis. Um sorriso feminino dirigido a mim dispara a minha imaginação, um elogio feminino me faz perder o rumo.
Cansa. Pode parecer absurdo, contraditório e inexplicável, mas cansa ser dominado por esse desejo. Eu queria ser livre, desejar quando quisesse, não precisar olhar hipnoticamente para todo ser de cabelo comprido com batom nos lábios e brincos nas orelhas, queria poder me desligar por um tempo, ver o mundo com mais isenção, ver uma mulher primeiro como pessoa antes de vê-la como mulher, ouvir a voz dela e não imaginar tudo o que me passa pela cabeça - e como me passa! Queria não ter que precisar me aliviar de tempos em tempos, por vezes em momentos e em locais inadequados porque o reator interno atingiu uma temperatura elevada e se eu não o fizer parece que vou explodir da tanta "tensão".
É bom desejar, mas desde que acompanhado da devida saciedade, desejar sem poder satisfazer a vontade é enlouquecedor.
Eu quero ser livre para poder ser humano antes de ter que vestir a roupa de homem quando acordo todos os dias e até nos meus mais profundos e bem guardados sonhos.
Eu queria não desejar.

domingo, 7 de outubro de 2007

Um Erro, Dois Erros, Três Erros, Assim.

Já faz algum tempo que adoto o que diz o ditado: "Um erro não justifica outro" para guiar as minhas ações, mas nem sempre consigo ser fiel aos meus ideais, há momentos em que a raiva aumenta por causa de uma agressão ou injustiça cometidas comigo, a vontade de retaliação aparece forte e um erro acaba sendo cometido por mim como resposta a um erro primeiro cometido por outros, depois que faço me arrependo, fico com remorso e me sentindo culpado, maldita emoção que me corrompe princípios e perpetua um desentendimento.
Fui mais impulsivo na minha juventude, hoje só cometo esses deslizes em cada vez mais raras ocasiões, ainda bem.

sábado, 6 de outubro de 2007

Foi Só Uma Brincadeira.

Quando nos expressamos enviamos mensagens. Pode ser apenas uma, direta, mas podem ser mais de uma, a explícita e outra, ou outras, implícitas, mas não menos importantes que a mensagem direta.
Quando brincamos através de palavras muitas vezes usamos a brincadeira para mandar mensagens não tão engraçadas, podemos ocultar na brincadeira uma ironia, hostilização, deboche, menosprezo e outras várias mensagens que nem sempre têm o objetivo de divertir e, sim, de agredir a outra pessoa.
Na minha vida pessoal tenho me deparado com situações que descrevi acima, são pessoas que convivem comigo e que pensam que eu não me dou conta desses artifícios baixos de agressão, como são pessoas limitadas intelectualmente é fácil disfarçar e me fazer de desentendido diante das brincadeiras nada divertidas enquanto observo essas pessoas e tiro as minhas conclusões sobre a sua personalidade e caráter.
Brincar é bom e saudável, mas que seja uma brincadeira autêntica, pura, honesta, daquelas que nos fazem deixar escapar uma risada solta, que nem sempre conseguimos fazê-la parar e que, no futuro, quando lembramos dela nos pegamos rindo sozinhos na calçada, no banheiro, onde quer que estejamos.