domingo, 31 de agosto de 2008

Herança Afetiva.

Espero que demore, mas por fim me vou deste mundo. O que ficará de mim aqui? Minhas roupas e bugigangas como os dois organizadores cheios de quinquilharias eletrônicas que guardo no quartinho que um dia tiveram utilidade e que agora não serviriam nem para um museu? Este velho e cansado computador com nada dentro além de arquivos temporários da Internet? As minhas dívidas que já nem sei mais quantas são e quanto somam? As minhas idéias disseminadas aqui, ali e nesse blog escondido?
Durante a semana que passou fiquei pensando no que deixarei para trás quando eu for e no valor que o que eu deixar terá para os que aqui ficarem, perdi uns bons minutos de sono pensando nisso e que não serviram para nada porque não avancei no assunto, além de ficar ruminando-o obsessivamente enquanto o sono não vinha.
Queria dexar algo mais consistente para trás, não um bem material porque esse não vale nada, queria deixar algo que servisse e que ajudasse alguém a ser feliz, a viver melhor.
Lembrei dos meus filhos e da educação que tento passar a eles, porque nem tudo o que ensino a eles é aprendido e também nem tudo o que ensino serve para eles, pode um dia ter servido a mim, mas eles são eles, diferentes, vivendo em outra época. Que farão com o que eu deixar? Vão doar minhas roupas a um asilo? Fiz assim com as roupas de meu pai quando faleceu, vão cuidar do que é meu e dar um destino respeitoso? Pouco importa, já disse aqui em casa que não quero nem que meus ossos sejam guardados no cemitério, quero, mesmo, é que me digam o que sentem enquanto eu estiver vivo, depois façam o que bem entenderem.
Não quero que fiquem gastando dinheiro e cultuando, sejam meus ossinhos, seja algo meu material depois da minha morte.
O que tenho de melhor e aproveitável são minhas idéias, meus sentimentos, meu carinho e meu afeto, tento expressá-los, mas sei que não tenho conseguido nem 0,01% do que me proponho.
Ficarei muito satisfeito se alguém, algum dia, se beneficiar com o que eu disse ou o que eu senti por esta pessoa. Será minha bagagem no Além.

domingo, 24 de agosto de 2008

Feiticeiras.

Elas existem, estão por aí, nas calçadas, no supermercado, nos parques, dentro dos carros, no ônibus. De vez em quando eu fico cara a cara com uma delas, é de arrepiar, a idade varia, geralmente tem trinta ou mais anos de idade. Fácil de identificá-las, não usam vassouras para se locomoverem, nem poções mágicas, não balançam o narizinho como a Feiticeira do seriado de TV, não tentam parecer fisicamente com um homem como a Feiticeira de pouca roupa da TV. São discretas, traiçoeiras, dissimuladas, atacam os pobres homens com suas armas fulminantes e irresistíveis: o olhar fixo e hipnotizador, a postura sensual do corpo, a roupa insinuante, o sorriso moleque, aquele só com o canto da boca, as perguntas embaraçadoras, a inteligência envolvente, a simpatia entorpecedora.
Não tem como se proteger, impossível, não há antídoto para o feitiço delas, só nos resta, míseros e desprotegidos homens, entregar e pedir que tenham compaixão com as nossas almas.
Mulheres, feiticeiras que a natureza criou e que eu tanto amo, me enfeiticem para sempre.

sábado, 16 de agosto de 2008

Astronomy Picture Of The Day.

O Blogger passou a oferecer os tais "gadgets", penduricalhos que se acrescenta ao template do blog para incrementá-lo, gostei e inclui o "Astronomy Picture Of The Day" que diariamente publica à esquerda dos posts uma foto diferente com motivos cósmicos. O acessório transmite um pouco de tranqüilidade e da imensidão da experiência humana que procuro retratar aqui no blog e tem também uma função decorativa, o blog tem muitas letras, uma foto quebra a frieza delas. Gosto de Astronomia e li livros de Astronomia que tinha em casa quando era criança, peguei gosto pelo assunto.
Talvez eu acrescente mais um ou outro gadget dentro da idéia que me guiou a colocar o da foto astronômica, mas não muitos para não descaracterizar o blog, já que dou ênfase ao texto puro e quanto menos acessórios mais o texto se destaca.

"Mais Pequeno".

Falo de acordo com o que ouço e ando ouvindo cada coisa...
Me relaciono com o público e como as pessoas falam mal! Erros de todos os tipos, desde engolir o "s" no plural até outros mais escandalosos. Semana que está acabando ouvi duas vezes "mais pequeno", só para ficar com o erro que mais doeu nos meus ouvidos e tem mais como "prá mim fazer", "amanhã, quando eu vim aqui". O problema é que acabo me contagiando a contra gosto pela maneira errada de falar, tenho me dado conta que estou cometendo erros que não cometia com freqüência assustadora, boa parte deles é por preguiça, pois sei muito bem qual a forma correta de falar, espero que quando eu precise falar corretamente não acabe cometendo erros tão grosseiros e que desafinem tanto.
Bem, não importa, de hoje em diante vou me policiar e tratar de falar corretamente apesar da audiência não cooperar.

domingo, 10 de agosto de 2008

O Que Importa É A Liberdade.

Durante a semana começou a Olimpíada lá na China, pela TV tive uma idéia menos estereotipada de como os chineses se relacionam com a liberdade entre eles e em relação aos estrangeiros e fiquei pensando se a política chinesa ou de qualquer outra nação sem liberdade é ou não compatível com o tão dito e escrito Espírito Olímpico.
Esporte, pela minha forma de pensar é uma maneira requintada de administrar nossa energia que de outra forma se voltaria contra nós mesmos na forma de conflito, seja de forma individual de pessoa para pessoa, seja entre grupos. No esporte exercitamos a nossa capacidade de competir sem ferir, de vencer ou perder sem matar ou sobreviver, portanto o esporte nos ensina que é possível disputar e tolerar seu resultado, bom ou ruim. Não dá para vencer sempre e seria um tédio se isso ocorresse, esse espírito esportivo bem que poderia nortear os ditadores que devem se entediar de só eles mandarem, só eles estarem por cima, eles poderiam entender que o melhor é o que melhor se prepara, que mais se exercita e que melhor aprende, não o mais forte.
Me chocou os paises do mundo se reunindo na China para disputar e confraternizar em uma nação onde não há liberdade. Esporte e repressão são incompatíveis e o esporte não deveria, nunca, ser usado para divulgar ou justificar regimes de excessão. Ditadores são os primeiros e os maiores perdedores desta Olimpíada e o COI deveria rever a realização de Olimpíadas em países onde não se respeita os Direitos Humanos, que se realize, neles, apenas competições de tiro ao ditador.