sábado, 24 de outubro de 2009

Previsão de sol e chuva.

Cresci ouvindo a ironia de que se a Meteorologia previa chuva, faria sol, se prevesse sol, choveria. Era uma época bem diferente da atual do ponto de vista tecnológico. Não havia imagens de satélite que esquadrinhavam a atmosfera como hoje, dando muitas informações que até então não se obtinha. Também não havia sido inventado os supercomputadores capazes de rodar programas complexos, cheio de dados e que hoje permitem rodar modelos matemáticos que simulam o comportamento da atmosfera nos dias e semanas seguintes.
É injusto ironizar a Meteorologia, com mais recursos ela dificilmente erra e quando erra não é um erro que se perceba facilmente, não prevê sol e dá temporal, não prevê temporal e faz sol, embora erre, sim, pois é uma previsão, porém a cada dia essa previsão é mais precisa.
O que falta às pessoas é memória para relembrar quantas vezes a previsão acertou e as pouquíssimas que errou.

Meteorologista é como árbitro de futebol, se ele acerta ninguém quer saber quem é e em que instituição trabalha, se erra querem saber seu nome e não esquecem mais dele, esquecem é de parabenizá-lo pelos seus acertos diários.

Para-brisa e Retrovisor.

A nossa vida pode ser comparada a um automóvel cujo motorista somos nós. Dirigimos por onde há caminho, se não há caminho, estrada, rua, não podemos ir por ali. Obedecemos às regras de trânsito, os sinais e convenções, como na vida.
Cheguei a uma etapa cronológica onde, motorista que sou da minha vida, olho para frente pelo para-brisa quase tanto quanto olho para trás pelo espelho retrovisor. A minha vida está equilibrada entre viver o aqui e agora, planejando o que há por vir e relembrar o que passou, revivendo a minha história. Faço isso seja porque a minha história foi bacana, seja porque o presente e o futuro que prevejo não seja tão bom quanto foi o passado. É o passado que me dá sustentação para resistir aos momentos não tão bons do presente, nele me alimento quando preciso de referência para enfrentar o novo e que me assuta. Este é um tema recorrente nesse blog, pois faz parte do meu ser e da minha vivência.
Não tenho ideia até quando este equilíbrio persistirá, e também não sei para que lado penderá se desequilibrar. Está bom assim, não quero viver racionalmente no presente e planejar friamente o futuro, tão pouco quero viver de passado, mas se for preciso engato a ré do meu carro se o futuro me intimidar e não der perspectiva.