sábado, 26 de abril de 2008

A Princesa e o Pai.

Semana passada minha filha fez a sua Primeira Comunhão. Estava linda, uma verdadeira princesa e quase moça. Fiquei muito feliz em vê-la assim, mas me deu uma ponta de tristeza que venho sentindo há um tempo.
Quero vê-la adulta, independente, fazendo o que gosta e feliz, mas sinto falta dela criança, leve, que eu pegava no colo quando brincávamos, que eu ensinava as coisas da vida, como se portar em casa, na rua, nas casas dos amigos, que eu vestia, levava para a pediatra, aos parques para brincar e se sujar com picolé derretido, enfim, estou triste por não ter mais uma filha criança e, sim, uma pré adolescente virando mulher, um preço justo para a alegria de ser pai e de ter podido vê-la nascer e crescer ao meu lado.
Dá-se aqui, perde-se ali e assim vamos vivendo, ela crescendo e eu envelhecendo, feliz, por poder tê-la ao meu lado, vendo-a evoluir, aprender e a dar rumo à sua vida.

Sono Injusto.

Há algo de esquisito com o meu sono.
Durmo bem desde sempre, umas sete ou oito horas diárias de sono tranqüilo. Tem épocas que apesar de dormir bem sinto sono depois do almoço, não é bem sono, é uma bobeira que me deixa levemente zonzo o suficiente para diminuir minha disposição para o trabalho ou qualquer outra atividade. É cíclico, em outros momentos não sinto sono após o meio dia e não sei dizer porque que em determinadas épocas sinto sono à tarde e em outras não. Não há um motivo aparente para mim.
Esses dias fui dormir tarde, 2h30min da madrugada, e acordei esperando por um dia sonolento, especialmente à tarde. Não aconteceu nada, nem sono, nem bobeira, nem diminuição da minha disposição para o trabalho. Nada. Eu não entendi o que houve, levanto duas hipóteses: ou meu sono tem uma qualidade ruim em certo período e eu não me dou conta disso, ou durmo demais. Existe isso? Dormir demais e ficar com sono à tarde? Não sou caso para procurar médico, só estou curioso com o funcionamento do meu organismo. Não quero dormir no ponto com ele.

domingo, 13 de abril de 2008

De Onde Veio Isso?

Eu tenho por característica ser introspectivo, não exageradamente, mas o suficiente para olhar para dentro de mim e com alguma isenção a ponto de me conhecer bem ou razoavelmente bem. Por conta disso eu tenho ciência de como está meu estado de espírito na maior parte do tempo e porque ele está dessa forma ou de outra.
Quando estou alegre ou triste eu sei bem porque, é só retroceder no tempo e observar a partir que que momento eu passei a ficar triste ou alegre.
De uns tempos prá cá tenho me pego alegre ou triste sem poder identificar a causa, não tem adiantado retroceder porque não tenho conseguido identificar o momento ou o fato que desencadeou o sentimento, seja de alegria ou de tristeza. Sinto que estou sendo levado de roldão pela vida, não é uma situação grave, não me causa dor ou prejuízo, mas eu preferiria estar mais em sintonia comigo mesmo e não ser surpreendido por uma eventual perda de controle de meus sentimentos, afinal, qualquer perda de controle, por mínima que seja, me assusta.
A solução é diminuir um pouco o meu ritmo e dedicar mais tempo para mim mesmo porque sinto que estou negligenciando meu eu com contato cada vez menor e menos profundo com ele, antes que eu tenha que perguntar às pessoas porque estou alegre ou triste.

sábado, 5 de abril de 2008

Seu Nelson.

Morre o artista plástico Nelson Jungbluth
Gaúcho morreu na madrugada deste sábado aos 86 anos


Ele estava hospitalizado havia 23 dias por complicações devido a problemas pulmonares. Na madrugada de sexta-feira para sábado, no Instituto de Cardiologia, ele teve duas paradas cardíacas e não resistiu... (leia mais)

Eu tive o privilégio de conhecer o Seu Nelson, pessoa maravilhosa, de bem com a vida, alegre, sempre participava dos bailes do clube da praia acompanhado de sua esposa, às vezes fantasiado à caráter combinando com a temática do baile.
Foi ele quem criou o logotipo da Varig que a empresa usou por muitos anos na déc.de 60, 70 e 80, também criou o conhecido logotipo do Banco do Brasil.
Vai fazer falta o Seu Nelson com seus cabelos brancos que o fazia muito parecido com Einstein inclusive ele tirou uma foto com a língua para fora, imitando a célebre foto do cientista, ficou parecidíssimo.

Sonho com Fanta Uva.

Faz um tempo, pedi um lanche no meio da tarde, um sonho, daqueles compridos que se parecem com um cachorro quente com recheio de creme, uma delícia. Para beber só tinha Fanta Uva, dos refrigerantes é o que menos gosto, mas mandei servir.
No exato momento que misturei na boca o gosto do sonho com o do refrigerante me lembrei de trinta anos atrás, quando eu estava no meu primeiro ano de colégio, 1972, era exatamente esse o meu lanche: sonho com Fanta Uva que eu tomava mais pela cor dele do que pelo sabor, no bar do colégio que ficava embaixo de uma escada de alvenaria, onde tínhamos, eu e meus colegas, que comprar umas fichinhas feitas de cartolina com o carimbo do colégio no valor do sonho e do refri para depois pedir o lanche.
Foi um retorno instantâneo ao meu passado, ao bom tempo de criança, da falta de problemas, do futuro distante e inatingível, da ausência de doenças, de morte, de poluição, de ameaças mil e de muita esperança.
Que tempo bom, que saudade.
Preciso sonhar mais, me preocupar menos com o futuro, brincar mais e comer mais sonho com Fanta Uva.