sábado, 9 de junho de 2007

A Neblina.

Como toda criança eu estranhava os dias de nevoeiro intenso, não entendia o que havia acontecido com o sol que se escondia e toda a paisagem ficava enevoada, esbranquiçada, com tons de cinza. Me confundia com o horário, não sabia se era de manhã ou de tarde, se era hora de almoçar ou não. Também me sentia oprimido, a névoa me passava uma sensação de prisão, meu olhar ficava limitado e contagiava meu espírito que se abatia com o dia fechado.
Há poucos dias a cidade amanheceu coberta por uma intensa névoa como há muito eu não via e eu me lembrei da minha infância, das sensações que eu tinha por conta da neblina, revivi um pouco disso, da falta que o sol me fazia, de ver o céu, azul ou não, do sentimento de prisão que é estar sob neblina. Curiosamente uns dias antes dessa neblina os dias estavam maravilhosos, céu muito azul, sem nuvens, contrapondo com o dia de neblina que em determinados invernos aparece, como nesse outono com cara de inverno que estamos tendo em 2007.

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