sábado, 27 de dezembro de 2008

Oásis.



Naquele lugar ele possuía ao seu alcance tudo o que precisava: satisfação para os sentidos, alimentação, água, luz, local para repouso; tempo para meditar e deixar a mente livre para navegar em seus pensamentos, medos, fantasias e desejos. Ninguém interferia, ele ficava isolado, não havia ruídos, telefone tocando, campainha da porta estrilando. Ficava longe da agitação de seu trabalho, das pessoas falando ao mesmo tempo, do telefone tocando, dos pedidos que lhe faziam. Longe do barulho da rua, dos escapamentos das motos e das buzinas neuróticas que tocavam o tempo todo.
Sem estas interferências ele pode pensar e acreditar que haja lugares melhores que aqueles, mais relaxantes, prazerosos, onde ele possa sedimentar suas idéias e desejos sem serem interrompidos e sem que necessite justificá-los aos outros. No seu oásis ele é o califa, o sultão, que não precisa dar satisfação de seus atos e pensamentos a ninguém. É a sua ilha particular, inviolável, poderosa, auto suficiente e eterna.
Até que alguém bate à porta de seu quarto e o chama, ato que o puxa violentamente à realidade. Ele se levanta, sai do quarto e volta à sua vida no deserto deixando uma miragem e uma esperança para trás.


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