sexta-feira, 6 de janeiro de 2006

O Desvio da Via Férrea.

Olhando para trás, na nossa vida, temos várias situações que se assemelham ao desvio de uma via férrea. Se seguirmos por um lado, teremos as conseqüências desta opção, se seguirmos pelo outro lado teremos as conseqüências daquele lado. Qualquer que seja a opção é definitiva porque o tempo não retrocede. Optamos e seguimos em frente. Esta é a lei da vida.
Na minha vida, como na sua, há diversos pontos onde tivemos que fazer uma opção, no meu caso, por vezes, era uma opção determinada pelos meus pais, como o colégio em que eu estudei a minha vida toda, outras opções foram feitas por mim, como o curso na faculdade, ou a carteira de habilitação para dirigir, outras opções foram feitas pelo acaso, destino, ou chame do que quiser.
Estes pontos, onde decidimos algo e, por conseqüência, decidimos o restante de nossas vidas, são determinantes da que vida levaremos, até onde tivermos livre arbítrio para isso.
Seria conveniente ter a opção de retroceder a composição e escolher o outro caminho que nos foi ofertado no desvio, mas não é assim e, devido a natureza humana, é bom que não seja.
Errei na busca de acertar em diversos momentos da minha vida, mas, felizmente, mais acertei que errei.
Inicia um ano novo e com ele renovamos mais uma vez a esperança de optar por caminhos que sejam os mais adequados para nós. Que acertemos na maioria das escolhas, por que em todas não acertaremos, então, que seja nas escolhas mais importantes.
Antigamente era a mão do homem que movia a chave que mudava a direção dos trilhos levando o trem a um outro caminho, hoje é um mecanismo automático. Mas nem sempre a chave é movimentada pela mão ou vontade do homem, por vezes é ativada pela vida, pelo acaso, pelo aleatório, pelo mágico, pelo inexplicável e o trem imaginário que tripulamos é atirado para lá e para cá sem que tenhamos controle sobre ele, a mercê do humor dos astros.
Um dia, uma mão, divina, talvez, mexeu na chave à frente do meu trem e desde esse dia eu nunca mais fui o mesmo, passei a me respeitar mais, a me valorizar mais, me senti rejuvenescido e confiante. Não sei quem ou o quê fez a chave virar e mudar a rota do meu trem, só sei que até hoje sou grato por ser levado a um caminho que eu julgava inexistir para mim, ou que eu não tinha direito a ele, ou que já era tarde demais para trilhá-lo.
Ainda bem que o tempo não volta, se voltasse, talvez eu não fosse brindado com esse desvio tão importante na minha vida e tivesse seguido o caminho que antes estava determinado. Um caminho previsível, entediante e menos feliz.

2 comentários:

Gisa disse...

Não sei que psiquiatra ou psicologo disse que "optar é perder". Sempre que fazemos uma escolha deixamos pra trás a outra opção mas isso não é necessariamente ruim né?
Uma coisa boa da maturidade é aprendemos a optar ponderando as perdas e ganhos. Somos menos impulsivos. Aprendemos o valor da prudência.
Essa mão divina da qual vc fala tb fez desvios no meu caminho. Alguns foram sofridos mas com todos aprendi muito e melhorei enquanto ser humano.
Mauro, que bom que vc resolveu ter um blog porque vc escreve divinamente.
Beijos

Anônimo disse...

Cada vez melhor!
POde largar tudo e se embrenhar na carreira de escritor, hehe
Parabéns pelas palavras, me fizeram refletir muito.
Beijos