sábado, 24 de junho de 2006

Inana.

Onde estás? Não estás onde eu deixei, não estás onde deveria estar, onde estás? Cadê?
Tinha que estar aqui, agora, do meu lado, bem perto, para eu poder ver, ouvir, tocar, para eu poder me perder e me achar, para eu saber qual é o sentido disso tudo e do nada, do vazio e do cheio.
Onde está o caminho que você me apontou? Onde estão as setas que diziam: "É por ali"? Onde estão as mensagens que me transportavam para uma outra dimensão que o mundo não entendia e que eu não queria entender? Onde estão as palavras que agora somem? E os sons que emudecem?
Onde está você?
Onde estão as chaves que abriam a minha Alma e que foram jogadas fora depois de tudo?
Para onde vão as almas depois que são usadas? Quem cuida delas? Será que vão cuidar tão bem da minha quanto você cuidava?
Onde está você? Meu anjo?


(Inana: Deusa sumeriana dos primórdios da civilização, considerada a deusa do amor e da guerra, traz atributos luminosos como a ousadia, coragem, sedução, esperteza, confiança, sensualidade, sexualidade e fertilidade.)

Um comentário:

Fabi disse...

Excelente texto.
'para onde vão as almas depois de serem usadas...'
Muitas vezes já me questionei a respeito disso.
Aprendendo... sempre!
Beijos, meu amigo.