domingo, 14 de maio de 2006

O Irmão de Eva.

Estou escrevendo atrasado sobre esse assunto chato que é a crise com a Bolívia. Tão atrasado quanto o pensamento do Presidente da Bolívia.
O mundo está de tal forma interligado e interdependente que vale para os países aquilo que vale para as pessoas: ninguém é uma ilha e uns precisam dos outros, eu preciso de você, nobre leitor, que é meu amigo, me ajuda, alimenta a minha alma e me faz feliz cada vez que vem aqui, e você precisa também de mim, da minha amizade e do meu carinho. Mais ou menos isso ocorre com os países, uns precisam dos outros, trocando alimentos, mercadorias, tecnologia e etc.
A atitude do Presidente Evo Morales nada mais é que um passo atrás nessa nova forma de se relacionar entre países. A Bolívia precisa de investimentos internacionais para construir o seu desenvolvimento. Que países e empresas terão segurança e quererão investir na Bolívia de Evo? Não estou dizendo que ele deveria entregar seus recursos minerais a qualquer um, digo que ele deveria valorizá-los, respeitando aqueles que, como nós, investimos lá justamente porque eles não tem condições de investir na extração, não dispõe de tecnologia e precisam do investimento internacional.
Na minha opinião, essa manobra popularesca dele nada mais é que jogar verde para colher, logo adiante - maduro - alguma vantagem, porque, convenhamos, a Bolívia não tem nenhuma expressão politica e econômica na AL e precisa dar uma chacoalhada para que tenha reconhecido seu valor. Mas para que o plano dê certo a Bolívia tem que ceder depois de atirar tão alto como está atirando, se mantiver essa política acabará criando muitos problemas para a sua população que, em última instância, será o maior perdedor com o afastamento dos investimentos internacionais e as possíveis retaliações políticas e comerciais advindas dessa política atual.
Por outro lado o Barsil, novamente, demonstra sua omissão completa em política internacional. Nunca nos posicionamos sobre questões mundiais, a última vez que lembro de um posicionamento brasileiro em uma grande questão foi a participação na Segunda Guerra Mundial e só fez por que não tinha outra alternativa. Não ficamos nem perto do muro, ainda mais ficar em cima dele nos debates das grandes questões internacionais, talvez por isso é que nunca impomos respeito internacional. Querer participar do Conselho de Segurança da ONU necessita jogar políticamente de forma mais competitiva, não assim, parece até um problema de auto estima como agora quando a Bolívia nos humilha e nosso presidente se omite olhando, constrangido, Hugo Chávez e seu capanga Evo Morales fazerem o que bem entendem com a questão do gás que só será realmente resolvida se a bacia de Campos nos auto sustentar nessa "commoditie" que virou o gás.
Precisamos nos impor enquanto a maior nação da AL do ponto de vista político e também no comercial, a Bolívia precisa de nós, tanto quanto nós deles.
Por que temos que nos submeter a esses mandos e desmandos? Seria bom que tivéssemos um presidente mais estadista, preparado, e enérgico.
Enquanto isso, no Paraíso, Eva morde a maçã e nos joga nesse purgatório terreno e Evo, nos Andes, masca uma folha verde e nos humilha.

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