Em um dia dessa semana que passou apareceu no meu serviço um menino de não mais que oito anos de idade vendendo panos de pratos. Meus colegas, sempre espirituosos, começaram a falar com o menino e a fazer algumas brincadeiras com ele. Passado algum tempo o menino embrabeceu com as brincadeiras, alterou a sua voz e, se referindo ao seu ofício, disse:
- Eu não estou brincando.
Parei. Por uns instantes meu pensamento se afastou do trabalho e me remeti ao mundo da filosofia e da psicologia, mergulhei em idéias sobre o que um menino da idade dele sentia, qual era o seu mundo, porque estava ali, vendendo panos de pratos e a profundidade da frase acima. Meninos de oito anos de idade não deveriam trabalhar como ele estava fazendo, deveriam estudar e brincar, mas a realidade dele era essa e preferi deixar a questão para as ONG's e entidades governamentais que tem uma política e desenvolvem luta contra o trabalho infantil.
Foi uma dura experiência me deparar com uma criança tão pequena já trabalhando, uma situação é saber do trabalho infantil pela mídia, outra é ver essa realidade na minha frente sendo dita de uma forma tão veemente e perturbadora. Passei o restante do dia pensando nisso. Foi um dia menos alegre.
2 comentários:
Plo menos, cá em Portugal, a idade mínima legal para o trabalho é de 16 anos. Realmente ver uma criança com 8 anos a vender seja o k for é triste. Aliás, é uma crueldade, pois se fosse alguém com 16 ou 17 anos, isso ai já não chocava. Já dizia o Salazar: o trabalho do menino é pouco, mas quem o despreza é louco.
Uma criança precisa de brincar, divertir-se, aprender. meu, às vezes parece k os putos já nascem com 17 anos ou coisa assim do tipo, ou à volta disso!
Tens toda a razão, Red Blooded.
Obrigado pela visita.
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