domingo, 6 de junho de 2010

O Mendigo das Almas.


Ele ficava sentado todos dos dias, o dia todo, em uma escadaria defronte ao museu, ao lado da biblioteca. Julgava que ali passavam as pessoas com as melhores almas, mais desenvolvidas e sensíveis. Olhava cada pessoa e via sua alma, algumas lhe conviam, olhava com mais atenção e sugava-lhes um pouquinho da sua alma, pouco o suficiente para não fazer falta ao dono, muito para que ele pudesse sobreviver. Pessoas vazias faziam ele atirar uma moeda invisível, que faria as almas daquelas pessoas crescerem. Enquanto aquelas pessoas fossem pobres de alma só a levariam como peso morto, sobrecarga para seus corpos.
Alguns passavam e lhe atiravam dinheiro, não era isso que ele queria ou precisava, ele dava o dinheiro ganho de graça para quem realmente precisasse de dinheiro, seja para sobreviver ou para manter sua vil ilusão.
Ele segue, até hoje, fazendo sua tarefa diária, no mesmo local, para as mesmas pessoas. A escadaria é o lugar mais frequentado da cidade, dizem que é por causa do museu e da biblioteca, eu digo que é pelo mendigo.

2 comentários:

Tüp Bebek disse...

foi um artigo que eu gostava. Obrigado por compartilhar.

Dois Bits de Prosa disse...

Obrigado por gostar e pela visita, volte sempre.