domingo, 10 de outubro de 2010

O Monstro Alheio.

Eu estou diferente, não sei se é a idade, a tal maturidade.
Nas minhas vivências por aí, encontro pessoas que se esquecem de deixar em casa sua amargura, raiva, estupidez, e as despejam em mim ou em quem encontrar pela frente. No passado eu me incomodava com isso, levava à sério, achava que era para mim, emputecia, estragava meu dia e passava um bom tempo ruminando o caso numa tentativa de dar uma resposta ao ataque inexplicável. Eu trazia para mim o problema alheio transformado em ofensa.
Passado os anos, e com alguma experiência de vida, me dei conta que a maioria dos ataques que recebo, seja de conhecidos ou desconhecidos, são motivados por problemas deles e não tem nenhuma relação comigo, sacar isso me fez perder toda a vontade de dar uma resposta à criatura que me ofende, passei a me sentir mais tranquilo, é como se não fosse comigo o incidente. Faço um comentário nada-a-ver e saio deixando a pessoa perdendo seu tempo, e felicidade, alimentando os seus monstros.
Enquanto me alimento de vida.

2 comentários:

Methamorfo disse...

Estou bebendo um pouco dessa sua fonte de vida, meu amigo virtual.

A maturidade tem me ajudado bastante a conviver com monstros próprios e alheios, mas de vez em quando(de vez em quase-sempre)preciso de um pouco da sabedoria e maturidade de outrem para seguir a vida.

Como sempre um texto claro, sucinto e eloquente graças à singeleza e cuidado com a construção.

Obrigada, Mauro.

Dois Bits de Prosa disse...

Beba à vontade, o blog está aí também para ajudá-la.
Viver nos obriga a enfrentar os monstros, às vezes ganhamos a luta, noutras o monstro solta fogo pelas ventas e nos queima o traseiro, ainda assim viver é imperativo, e vamos em frente.
Obrigado pela visita, e volte sempre que quiseres.