domingo, 26 de dezembro de 2010

O Perguntinha.

Por quê? Quando? Quem? Como? Dá para sobreviver sem perguntar, independente das respostas? Perguntar ofende?
Quando eu era criança bombardeava meus pais com perguntas e não tinha assunto que eu os poupasse, eles deviam ter um pouco de Jó na personalidade para me aguentar, especialmente meu pai que era a minha "vítima" preferida, era o que mais respondia e o que mais levava chumbo.
Crescido, vi que perguntas tinham personalidade própria, poderiam ser doces, ásperas, inocentes, maldosas, persecutórias, acusatórias, salvadoras, dependendo da sua formulação, da entonação usada, da hora que foi feita.
Minha relação com a pergunta mudou, mais cuidado na hora de formulá-la, para quem fazê-la e em que momento. Não perdi a curiosidade e ganhei o medo de fazê-la por causa da repercussão que teria no outro, sem perguntas, perdi um pouco do meu senso de aventureiro e me rendi ao mundo de respostas prontas, padronizadas, respostas "para a imprensa", respostas oficiais, sem a minha alegria de ver alguém se sentir mais inteligente e responder as minhas perguntas que nunca silenciaram.
A principal pergunta, a de mais difícil resposta e, também, a contraditoriamente menos necessária segue sem resposta e assim ficará para sempre: quem sou eu? Se eu souber a resposta a vida perderá a graça.

2 comentários:

Davison disse...

Mauro, teu pensamento é de homem inteligente. Fico contente ao trocar idéias contigo quando conversamos. Este último parágrafo falou pouco, mas disse tudo o que faz um grande sentido. O texto está bem escrito gostei ficou bem bacana, saudações!

Dois Bits de Prosa disse...

Muito obrigado pelos elogios, bondade sua, obrigado pela visita, continue visitando.