sábado, 3 de setembro de 2011

Tocou O Sinal Para O Recreio.

Olha, vou ser bem sincero, não gostei dos meus textos escritos como exercícios para a Oficina. Os argumentos estão razoáveis, tem um ou outro mais criativo, o problema está no desenvolvimento deles. Escrevo de forma óbvia, previsível e formal, pareço um trem que nunca sai dos trilhos, que não se aventura por outras terras, serras, planícies, praias, que não experimenta parar em outras estações e ainda é movido à carvão, ou, talvez, eu escreva como um cavalo de padeiro que já sabe de cor o caminho para entregar o pão, o padeiro só precisa mandar ele andar ou parar.
Para que eu escreva algo melhor de se ler é preciso, primeiro, desconectar o texto da minha personalidade, porque escrevo da forma que eu sou, devo deixar o formalismo e o rigor fora do texto, acrescentar ginga, aleatoriedade, umas palavras menos sisudas, fugir um pouco da realidade fria, não me preocupar com o perfeccionismo que me persegue como o trem ou o cavalo do padeiro.
Outra coisa: preciso escrever como se estivesse brincando, com sorriso nas mãos, alegria, desprendimento, sem preocupação com crítica. Escrita livre, refletindo meu pensamento. Tenho que usar o que aprendi na Oficina e fazer o tema de casa na hora do recreio.
E que esse seja o último texto que faço vestindo smoking.

2 comentários:

Simone Mancini disse...

Gostei! Escrever é ousar, concordo!!
Muito bom. Abraço

Dois Bits de Prosa disse...

Muito obrigado, pelo comentário e prazer de sua visita. Abraço.