domingo, 14 de março de 2010

Clientes.

Uma lista politicamente incorreta com alguns tipos de seres que habitam meu local de trabalho:

Cliente criança abandonada:
grudento, fala choramingando e miando 325 vezes o nome do balconista. Inicia as frases com: "me ajuda", "preciso muito", etc
Cliente "támais": faz mil perguntas, todas iniciando com "tá mais...". É um tal de "tá mais isso...", "tá mais aquilo...". Se tirar o "tá mais" do início da frase ele não sabe perguntar.
Cliente aposentado da PanVel: antes de solicitar o produto pergunta se tem desconto.
Cliente cachorro perdido: quando perguntado o que deseja fica olhando para toda a loja, para cada centímetro dela vasculhando para ver se localiza o que ele quer e, assim, não precisar explicar ao balconista.
Cliente dono de operadora de celular: vai à loja sem saber o que tem que comprar e a cada informação solicitada pelo balconista liga para a pessoa interessada pelo celular para perguntar a ela o que fazer.
Cliente marido traído: não acredita em nenhuma informação passada pelo balconista, duvida de tudo, até de que ele mesmo esteja vivo.
Cliente investigador policial: chega à loja perguntando: "Cadê o fulano?", quando informado que o fulano não está quer saber quando ele vem, se está de férias, que roupa está usando e se sabemos onde está o transístor que ele pediu para que o "fulano" separasse no inverno de 1933. Ou foi no Outono daquele ano?
Cliente sabe com quem tá falando?: pergunta ao balconista se conhecemos o Joãozinho Dos Anzóis, famoso consertador de porra nenhuma que é vizinho dele na vila dos infernos, e ainda tem a cara-de-pau de ficar puto quando dizemos que não conhecemos o Joãozinho e nunca o vimos mais bonito.
Cliente engenheiro da NASA: seu único conserto na vida foi do radinho à pilha da vizinha chata e que tinha apenas um fio solto. Vai à loja achando que sabe consertar qualquer defeito da Endevour. Saia de perto dele!
Cliente carente: Vai à loja e, antes de pedir o que precisa, relata todos os seus problemas existenciais na esperança que o balconista o ajude a resolvê-los.
Cliente político profissional: começa a falar antes de chegar à porta da loja e não para nunca, não adianta perguntar o que ele deseja ou tentar interromper, ele só para de falar quando dormir. Se dormir.
Cliente doidão: comprou uma TV nova de "LSD".
Cliente BBB: acha que é celebridade e estranha quando não estendemos um tapete vermelho para ele quando entra na loja.
Cliente de outro planeta: quando informamos a ele que precisa colocar uma antena na TV ele olha para nós com uma cara de espanto e pergunta: "antena?" como se falássemos de algo que ele nunca viu e que só existe em livros de ficção científica.
Cliente pião: nunca pergunta de cara o que quer saber, fica dando volta e mais volta com perguntas imbecis tentando adivinhar pelas nossas respostas o que ele realmente quer saber.
Cliente ligeirinho: entra correndo na loja, precisa ser informado que não há saída nos fundos da loja e que deve verificar os freios semanalmente.
Cliente ingênuo: um amigo dele disse que vendíamos urânio enriquecido para fazer bomba atômica e fica desapontado quando dissemos que não trabalhamos com o produto.
Cliente Alice no País das Maravilhas: vê na TV propaganda de uma máquina que permite viajar no tempo e vai à loja para comprá-la. Quase vai às lágrimas quando dizemos que tal produto não existe e ele foi enganado.
Cliente GPS: faz o pedido ao balconista e passa a seguí-lo pela loja inteira. Se o balconista for ao banheiro ele vai.

4 comentários:

Lara disse...

kkkk, perfeito,
Mauro! Devia virar manual! Caraca, você pensou em todos os tipos. Fiquei procurando em qual deles me encaixava, mas acho que sou um tipo de cada vez, dependendo do tipo de loja. Ficou genial, mesmo! Parabéns.

Dois Bits de Prosa disse...

Obrigado, um colega tinha sugestões bem menos politicamente corretas, preferi manter a minha, era muito agressiva a dele.
Visita sempre!

Eliana Mara Chiossi disse...

Adorei... Conhecer teu humor por escrito e ganhar um texto que me fez rir!

Um abraço

Dois Bits de Prosa disse...

Bondade, sua, muito obrigado pela visita.