sábado, 24 de abril de 2010

Estranho.

Na infância e adolescência eu convivia com um sentimento que me assolava de vez em quando de que eu era diferente e que toda a população do planeta estava sabendo de algo e me escondia. Eu experimentava com frequência este sentimento de exclusão. Era difuso, não havia um motivo por detrás, eu não sabia sobre o que me escondiam, porém eu me sentia excluído e inferiorizado em relação aos demais, me incomodava com essa situação, ainda bem que era transitória. Esta semana me senti assim, de novo, após anos.
Eu não sei o quê me fez sentir assim, porém era um sentimento ligeiramente diferente do da infância e adolescência, era como se eu, agora, soubesse todas as verdades do mundo e, mesmo assim, todos as pessoas as escondiam de mim.
Eu sou tão estranho.

6 comentários:

Eliana Mara Chiossi disse...

Caetano diz, numa letra sua, que de perto ninguém é normal.
Eu acho que todo aquele que é capaz de estranhar-se é um pouco mais normal.
Ou pelo menos mais próximo de si mesmo.

Dois Bits de Prosa disse...

Somos normalmente estranhos. Obrigado pela visita!

Lara disse...

Mauro, também passei por isso a vida toda; e foi mais sentido (duramente) até a adolescência. Não faz muito tempo que parei de tentar ser igual - de querer me ajustar - para descobrir a delícia de ser DIFERENTE. Quanto tempo eu perdi e quantas bobagens fiz em nome deste equívoco! Mas, sempre é tempo de recuperar o tempo. Acho. Beijão!

Dois Bits de Prosa disse...

Estou me sentindo mais normal com teu comantário, Lara, obrigado pela visita.

Santa Isabel disse...

Me sentí muchas veces sola contra el mundo sabes...y enojada tambien... pero ahora con los años puede notar que ese mundo lo puedo crear yo... Sólo es cuestión de animarseverdad Amigo...

Dois Bits de Prosa disse...

Anima, alma, é disso que precisamos! Obrigado pela visita, amiga.