domingo, 9 de maio de 2010

Auto Estima. (Parte I da Necropsia).

Quando iniciei o blog ele era mais intimista, passado um tempo se modificou e outros temas tomaram conta das páginas, ao sabor dos ventos que movem a vida e o destino. Eu queria retomar, neste post, à característica intimista do blog.
Tenho auto estima baixa, me vejo feio, desajeitado, desproporcional, sou tímido, inseguro e medroso. Isso me atrapalha, me inibe, faz com que eu perca oportunidades na vida, sejam profissionais ou afetivas e machuque as pessoas com as quais me relaciono. Quando revelo às pessoas que sou assim elas se surpreendem, principalmente quanto à minha depreciação física. Elas acreditam que o simples fato delas dizerem que eu não sou isso ou aquilo, fisicamente, é o suficiente para eu passar a me ver diferente e me valorizar adequadamente. Não funciona, fiz terapia uns anos, melhorei, me vi melhor, mas ainda me desvalorizo para mim mesmo e para os demais, e tenho um hábito inadequado que é desqualificar o elogio do outro, me dei conta que ainda hoje rejeito os elogios como se eu não fosse merecedor deles, mesmo sabendo que o elogio é sincero e verdadeiro. Me policio, tento minimizar a interferência que a minha baixa auto estima causa nos meus relacionamentos pessoais e na minha vida, mas como um cachorro correndo atrás do rabo, fico gastando energia e perdendo tempo com essa rotina cansativa e não dá bom resultado. Notei que algumas situações me fazem melhorar, quando me apaixono, quando conheço coisas novas, quando mudo de ares.
Quando conheço alguém especial isso me impulsiona para a frente e para cima, alimentando meu frágil ego e me elevando a um patamar que sou merecedor, mais digno e adequado à minha existência.
Não posso viver me alimentando de novidades, paixões e mudança de vida para sobreviver à uma baixa auto estima, o correto seria uma terapia, mas isso não está nos meus planos, por enquanto, tento resolver o problema com o que tenho, com quem eu amo e quem está à minha volta, e estou cercado de pessoas que me fazem muito bem. Menos mal.

8 comentários:

cobra gande disse...

Caraca, se você é tímido, inseguro e medroso, imagine eu. Larga mão disso cara, você é muito inteligente no que escreve ou comenta, tanto aqui quanto no ST. È verdade mesmo que me surpreendi com o que você disse, você tem mais é que se valorizar e aceitar todos ao elogios que fazem a ti, acho que esse negocio de terapia é bobagem. Seja Feliz Maurão e mantenha-se cercado de pessoas que fazem bem a você.

Abraços

Dois Bits de Prosa disse...

Obrigdo pelo apoio, foi bem difícil para um tímido se expor desta forma. Um abraço e apareça.

Anônimo disse...

Adoro este espaço... Concordo com seu amigo!

Dois Bits de Prosa disse...

Obrigado pelo comentário, dá ânimo para enfrentar-me, apareça mais vezes.

Anônimo disse...

Caro amigo,
eu bem sei como isto é difícil. Lidei com isto por anos. Sofri minha adolescência inteira pela minha incapacidade de declarar meus sentimentos, pelo medo de ser rejeitado. Depois que me casei, algo mudou em mim. Sou outra pessoa. Cada um encontra o seu remédio. Espero que encontre logo o teu pois sei que a ideia que tens de ti mesmo é equivocada.
Um abraço,
Prinz Johann Mauritz van Nassau-Siegen - atualmente, um megalomaníaco. :O)

Dois Bits de Prosa disse...

O bacana é ver que as pessoas se identificam com minhas agruras, a baixa auto estima é uma delas. Tenho tomado um remédio em forma de Drops que tem me feito bem, de vez em quando tomo doses mais cavalares, tô melhor. Obrigado pela visita.

Anônimo disse...

Mauro, autoestima não é uma constante e eu, particularmente, não acredito nesses discursos ao estilo autoajuda de que tudo o que a gente procura está dentro de nós, quem procura isso se autofagia, se torna caçador de si, enfraquece. Nós precisamos sim do que vem de fora, do que vem do outro, dos elogios do outro, de experiências, de novidades, de paixões. Como vc mesmo diz, tudo é questão de equilíbrio, o todo não está dentro nem fora de nós. Junte suas porções, eleve-se e contemple-se!
Abraço!
Débora

Dois Bits de Prosa disse...

Um dos objetivos do post foi de mostrar que há homens que não são auto suficientes e nem superpoderosos, e que falta o carinho alheio. Eu sinto essa falta. Obrigado pela visita, volte sempre, beijos.