domingo, 5 de agosto de 2007

Pai, Afasta de Mim Esse Cálice.

Na semana do Dia dos Pais eu sempre me coloco na posição de filho e de pai, já escrevi aqui na posição de pai, agora queria me colocar na de filho.
Após o falecimento de minha mãe, meu pai se ressentiu da ausência dela o que, provavelmente, colaborou para que ele demonstrasse mais os sinais de envelhecimento no seu comportamento. Nos últimos anos de vida o pai criou algumas situações com as quais tive que lidar, algumas resolvi bem, outras mais ou menos e uma menor parte resolvi mal, não por maldade, mas por não ter podido, ou não sabido resolver, ou por não ter tido grana suficiente para resolver melhor. Sinto-me culpado por não ter cuidado dele como eu poderia tê-lo feito.
A culpa e eu somos velhos conhecidos, por isso nem sempre consigo enxergar quando ela surge com propriedade ou quando está aí só para me atrapalhar, mas incomoda, parece um fantasma me assombrando de tempos em tempos. Desde que ele faleceu, em 2005, só agora consigo falar sobre esse sentimento e entendê-lo melhor, e queria que ele, onde estivesse, entendesse que fiz o que pude para bem cuidá-lo dentro das minhas limitações como filho e ser humano.

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