segunda-feira, 20 de março de 2006

Eu, Herodes.

Nas duas últimas conversas que tive com uma pessoa amiga o tema foi recorrente. Conversamos sobre o hábito que muitas pessoas tem de julgar os outros a partir de suas próprias idéias e convicções. Um hábito que tenho. Me dei conta enquanto conversava com ela nas duas oportunidades. Depois da segunda conversa decidi refletir um pouco sobre o assunto porque me incomodou, fiquei inquieto com a falta de uma idéia clara do que significa julgar o outro de acordo com um código de lei escrito e publicado por eu mesmo, mas não consegui desenvolver as idéias. Sinto que falta elementos para eu pensar sobre o assunto e chegar a uma conclusão. Tem muitos assuntos que eu não tenho opinião formada, este é um deles. Resolvi, então, pedir o auxílio de vocês, comentaristas V.I.P. deste confuso, inconstante e errante blog, para buscar alguma luz nessa treva que me meti. Quem mandou eu resolver pensar sobre algo que eu nem sei por onde começar a pensar?
Dando trabalho aos neurônios, creio que há dois pontos que devemos enfocar: um seria o ato de julgar, atribuição típicamente divina que eu me arvoro a fazer, principalmente quando não estou contente com o comportamento alheio. Seria o ato de julgar algo correto? Não sei, só sei que faço diariamente e me submeto a crítica de vocês por fazer isso que, a princípio, não deveria ser feito. O segundo ponto a se discutir seria qual paradigma usar na hora do julgamento. Cada um tem a sua personalidade, moldada a partir de fotores genéticos, de sua experiência, sua história, que faz de nós únicos no mundo, que loucura seria, e é, se cada um fizer o julgamento alheio baseado em suas próprias idéias e convicções.
Eu preciso de uma idéia inicial para começar a pensar o assunto, me sinto paralisado, sem inspiração para ir além do que já escrevi. Gostaria que todos se manifestassem, não se sintam constrangidos, não vou julgar os que escreveram nem os que se omitiram. Prometo.

2 comentários:

Gisa disse...

Mauro querido, correto acho que não é mas é inevitável.
Jesus disse que devemos julgar a nós mesmos com a mesma medida que julgamos os outros.
Numa outra pessagem ele manda aqueles que estão julgando atirar a primeira pedra.
Mas Jesus era O cara e a gente... a gente não é nem o pó da sandália dele.
Ninguém gosta de ser julgado mas não conheço ninguém que não julgue.
Pra começar eu julguei o texto pelo título e achei que vc fosse falar de crianças. Porque ultimamente eu ando usando aquela frase do Viniciu de Moraes "Chego a achar Herodes natural"...rs
Beijos

Anônimo disse...

O que a Gisa falou é verdade: todo mundo julga, mas eu acho que tem "julgamentos" e "julgamentos".

Nem todo julgamento é ruim, depreciativo, nem feito com maldade.

É apenas a nossa leitura da situação. E diria que é sinal de que estamos processando a informação.

Se julgamos precipitadamente, talvez seja porque não tenhamos elementos suficientes pra formar a nossa opinião. Por que não esperamos mais tempo ou coletamos mais informações? Ah, aí eu não sei não...

Se julgamos equivocadamente, deve ter um motivo. Pode ser uma situação análoga a outra que nos traumatizou (o tal do "pé atrás"). Ou pode ser o momento pelo qual estamos passando no momento do julgamento, se estamos mais revoltados, mais "azedos", mais "pra baixo"...

No fundo no fundo, o ato de julgar aparece como uma defesa. Da situação, dos outros, da gente mesmo.

ANA