quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Saudade.

Saudade do que não aconteceu.
Do por vir que não veio.
Do que não foi explicado.
Do vazio.
Da ausência.
Saudade de ter por quem sentir saudade.
Saudade de ter saudade.

Ejafalação Precoce.

As pessoas falam muito, em casa, na rua, no trabalho. Fala-se o que se deve e o que não se deve falar, palavras jogadas ao ar se propagando em todas as direções, nem sempre na direção correta, palavras vilipendiadas e desvalorizadas.
Tenho notado algumas pessoas que vivem à minha volta que têm o mau costume de primeiro falar depois pensar, como se pensar exigisse um esforço acima de sua capacidade, parece uma preguiça mental. Preferem disparar palavras à esmo criando um tumulto sonoro dispensável e vazio. Enquanto se fala não se pensa direito. Por que não parar um pouco de falar como reflexo condicionado e observar, analisar, pensar sobre e, depois, com vagar e segurança, falar? Quem sabe assim poderemos estimular o saudável hábito de pensar, formar uma opinião própria a respeito dos assuntos que servirá de base para desenvolver uma visão crítica de si mesmo e dos demais? Pense nisso.

sábado, 1 de setembro de 2007

Um Ano.

Os anos de 2005 e 2006 não foram bons para mim, o meu escritório ficou sem mercado e sem receita, foi um período muito ruim: falta de grana, contas atrasadas, sentimento de não ser útil, nem digno, dúvidas com relação à minha capacidade e precisando da ajuda de amigos, pois foi exatamente um amigo que resolveu o problema me oferecendo emprego no ano passado. Hoje completa um ano que estou trabalhando com ele, passou muito rápido, me sinto muito melhor, útil, digno, confiante, com base para poder pensar melhor o meu futuro e o da minha família.
Não quero nem lembrar como foi ruim até um ano atrás, tempo para ser esquecido, mas não totalmente, serviu de lição de vida e, também, para valorizar cada momento de felicidade que eu tenho e agradecer à minha família que não me abandonou em nenhum momento durante o período mais difícil, confiou que teríamos dias melhores e está ao meu lado até hoje.
Devo agradecer porque tenho uma família maravilhosa e sou muito, mas muito feliz também por isso.

domingo, 26 de agosto de 2007

Por Que Conversar Se Eu Posso Brigar?

Tenho observado as pessoas à minha volta e verificado como algumas delas têm optado por resolver de forma equivocada seus problemas envolvendo outras pessoas.
Noto, com frequência, que muitas pessoas preferem partir diretamente para uma briga verbal do que tentar resolver as suas diferenças com outra pessoa conversando e buscando, assim, um entendimento. Me parece que para essas pessoas o caminho da agressão e do revide é mais fácil do que uma conversa franca onde exporiam o seu descontentamento e suas diferenças com o outro.
Sei que não é fácil se dispor a sentar e conversar determinados assuntos desconfortáveis, mas é, ainda, a melhor forma de resolver um desentendimento. O caminho do confronto não resolve o problema, só o agrava e o adia, pois a violência afasta qualquer possibilidade de conciliação e estimula a hostilidade. É uma lição que aprendi na minha vida e fico surpreso quando vejo pessoas da minha idade tentando resolver seus problemas com enfrentamento, ao invés da conciliação, talvez sejam pessoas que ainda não aprenderam, como eu, o que a vida lhes ensinou, ou, quem sabe, sejam pessoas diferentes de mim e a minha experiência não tenha o valor para elas como tem para mim.

domingo, 19 de agosto de 2007

A Linguagem do Sorriso.

No edifício onde moro a maioria dos vizinhos são da minha idade, casados ou com relacionamentos estáveis, mas casamento não é eterno e, de vez em quando, algum casal se separa.
É interessante comparar o comportamento das mulheres que antes eram casadas e, portanto, comprometidas, com o novo comportamento delas, agora solteiras e descompromissadas. Quando casadas cruzavam por mim e mal cumprimentavam, eram cumprimentos frios e protocolares, curtos e sérios, um gesto de cabeça. Depois de separadas os cumprimentos passaram a ser diferentes, mais calorosos, menos monossilábicos, acompanhados de um sorriso largo, um olhar mais buscador e menos furtivo e dissimulado. Talvez elas se comportem assim por se sentirem livres de um companheiro mala ou relacionamento fracassado, talvez estejam buscando novas referências de amizade.
É curioso observar como o sorriso é uma linguagem usada para estabelecer contatos ou não, um cartão de visitas que diz à outra pessoa: estou receptiva ou não.
Da parte dos homens recém separados não noto mudança no cumprimento, observo apenas que passam a movimentar mais a cabeça à procura de alguma dama que esteja passando próxima a ele.
São as diferenças dos sexos: enquanto a mulher recém separada busca estabelecer uma relação a partir do contato visual, olhos nos olhos com um outro homem, o homem busca uma relação olhando para o corpo da mulher, começam por aí as nossas diferenças.

sábado, 18 de agosto de 2007

Aniversários.

Durante a semana que passou ocorreram dois aniversários importantes. O primeiro, dia 14, da minha filha. Ela fez 11 anos de idade e foi inevitável eu relembrar sua história conosco, desde quando ela nasceu, quando a peguei nos braços pela primeira vez, pequeninha que ela era, até hoje, quase uma mocinha, alta e serelepe.
Recebemos muitos amigos aqui em casa na festa, amiguinhos dela e amigos e parentes nossos, foi uma festa bem bacana, com comes e bebes e presentes, se bem que ela não dá bola para presentes, abre, mata a curiosidade e coloca de lado. Agora me preparo para a adolescência dela, meio perdido sem saber o que fazer com uma menina se tornando uma mulher, despertando o interesse de outros meninos e de não tão meninos assim, já no próximo aniversário acredito que deva ter mais movimentação e um ou outro amigo dela presente, duplamente interessado...
O outro aniversário importante, dia 16, foi o de uma amiga, daquelas pessoas que eu conto mais da minha saúde do que para um médico, mais da minha alma do que para um psicólogo. Mesmo estando distante fisicamente espero ter podido enviar daqui meus cumprimentos e sentimentos que reflitam o quanto gosto dela e o quanto ela me é importante.

domingo, 12 de agosto de 2007

Noites Insones.

Ontem, pela primeira vez, meu filho saiu à noite para se divertir com uma prima dele, foi a uma festa, balada como se diz hoje. Foram de carona na ida e voltaram de táxi com hora já previamente combinada para o retorno com um taxista conhecido.
Fui dormir com a sensação estranha e desconfortável de saber que meu filho e a prima estariam expostos à falta de segurança da noite, apesar dos cuidados que tomamos com o transporte deles, mas estariam em um ambiente com poucas pessoas conhecidas e muitas desconhecidas, lembrei de notícias policiais envolvendo jovens que saíam à noite só para se divertir e que acabavam sendo vítimas de assaltos ou homicídios.
Me senti aliviado quando eles chegaram, felizes, às quatro horas da manhã. A prima dormiu aqui, conosco.
Estou me preparando para noites meio insones daqui para a frente, logo será a baixinha que estará saindo para se divertir.

Da Sala Para o Quarto.

Alguns meses atrás meu filho deu a sugestão de tirar o computador dele da sala de casa, onde estava junto com o meu, e transferí-lo para o seu quarto. Na semana passada fizemos a transferência, aproveitei e transferi o meu para o meu quarto, também. Foi um trabalhão! Começamos a mudança no sábado passado, às 13h, e terminamos, acabados, às 19h45min. Meu filho me ajudou, mas o trabalho maior ficou para mim, incluiu: abrir espaço e limpá-lo nos quartos para os móveis dos computadores, desmontar os computadores na sala e limpá-los junto com seus respectivos móveis, colocar os móveis nos quartos, recolocar os computadores nos móveis e religá-los, trocar a fiação da linha telefônica desde a entrada do apartamento até o meu quarto e colocar um cabo de rede entre meu quarto e o quarto da galerinha.
A mudança foi boa, ficou melhor para nós. Na sala havia muitos estímulos para distrair: TV ligada, telefone que tocava, falatórios mil e os filhos adolescentes sempre em clima pré-III Guerra Mundial, no quarto ficou mais sossegado e ainda posso ligar o computador ao aparelho de som e ouvir as minhas mais de mil músicas em mp3 que tenho no computador. Legal!

domingo, 5 de agosto de 2007

Pai, Afasta de Mim Esse Cálice.

Na semana do Dia dos Pais eu sempre me coloco na posição de filho e de pai, já escrevi aqui na posição de pai, agora queria me colocar na de filho.
Após o falecimento de minha mãe, meu pai se ressentiu da ausência dela o que, provavelmente, colaborou para que ele demonstrasse mais os sinais de envelhecimento no seu comportamento. Nos últimos anos de vida o pai criou algumas situações com as quais tive que lidar, algumas resolvi bem, outras mais ou menos e uma menor parte resolvi mal, não por maldade, mas por não ter podido, ou não sabido resolver, ou por não ter tido grana suficiente para resolver melhor. Sinto-me culpado por não ter cuidado dele como eu poderia tê-lo feito.
A culpa e eu somos velhos conhecidos, por isso nem sempre consigo enxergar quando ela surge com propriedade ou quando está aí só para me atrapalhar, mas incomoda, parece um fantasma me assombrando de tempos em tempos. Desde que ele faleceu, em 2005, só agora consigo falar sobre esse sentimento e entendê-lo melhor, e queria que ele, onde estivesse, entendesse que fiz o que pude para bem cuidá-lo dentro das minhas limitações como filho e ser humano.

sábado, 4 de agosto de 2007

Hai-Kai Dos Ditados.

"Um é pouco, dois é bom, três é demais".
"O que um não quer, dois não fazem".
"Caso encerrado".

sábado, 21 de julho de 2007

Monitor, monitor meu...

Estamos sediando os Jogos Panamericanos, competição que ocorre de tempos em tempos, mas há outros jogos que ocorrem diariamente, em casa, na escola, no trabalho, nas calçadas e no mundo virtual que envolvem homens e mulheres e que fazem parte dos jogos de sedução.
Em situações bem específicas como nos chats e fóruns da Internet, por exemplo, cada sexo faz o seu marketing para vender a si, o seu produto e atrair o sexo oposto - o seu consumidor - com uma linguagem adaptada a esse moderno meio. Com a liberação dos costumes e o pseudo anonimato da rede fala-se mais de sexo, gostos e preferências facilitando a divulgação deles.
Homens são atletas sexuais, não ficam em uma por noite, dão mais, seu instrumento é grande e poderoso, sempre maior que os dos seus competidores. As mulheres lêem e ouvem o que eles gostam, preferem o que eles gostam, querem e usam muito bem o que aprendem sobre eles, montam estratégias de sedução baseadas nisso. Elas gostam de sexo anal, fazem sexo oral e engolem tudo, estão sempre dispostas a transar, tomam iniciativa, tem desejo sexual igual ou maior que o seu homem, decotes generosos e bundas salientes e por aí vai. Eles, ativos nas conquistas, elas, passivamente seduzindo e conduzindo a dança.
Cada pessoa entra em chats e fóruns para saciar as suas necessidades: obter atenção, ser admirado, paparicado, receber elogios por sua performance, despertar o desejo dos outros, ter alguém com quem compartilhar seus dramas, buscar respostas para dilemas que ainda não pode resolver, se alimentar desse grande espelho virtual e apagável que é a Internet escondido por detrás de um apelido que permite projetar nele o que quiser ser e obter dele a resposta que melhor lhe convier, porque no mundo virtual é fácil manipular o outro, sem o olho no olho e com o monitor aceitando tudo a Internet virou a responsável pela felicidade etérea de muitos que se assustam com a crueldade do mundo real que cobra caro pelo que somos ou dizemos ser. Melhor deixar que a felicidade construída por bits de prosa domine, nem que seja por instantes para dar um gostinho de prazer, mesmo que frio e descartável. Para muitos bem melhor que a dureza do mundo real.

domingo, 15 de julho de 2007

Dois Sonhos.

Minha filha pediu para dormir comigo a noite que passou. De manhã acordei e passei minha mão pelos cabelos dela, ela acordou e disse:
- Espera, pai... tô sonhando, um sonho legal...
Ela continuou a dormir e eu a observá-la, linda, e a sonhar acordado com a filha que amo.

sábado, 7 de julho de 2007

A Deusa.

Uma mulher perfeita em todos os aspectos: bela, alta, corpo bonito, desejada pelos homens. Personalidade madura, bem resolvida. Mulher contemporânea, viajada, que sabe o que quer e o que não quer. Sem defeitos, sem joanete, mau hálito, celulite, estrias, olheiras, espinhas. Sem medo, vergonha, repressão sexual. Nunca levou um fora, não se arrepende de nada que tenha feito ou deixado de fazer. Sem problemas financeiros, afetivos, existenciais ou espirituais. A mulher que todas as mulheres queriam ser e todos os homens queriam ter. Uma deusa sobre a face da Terra, como tal, adorada por muitos e idolatrada, fazia juz a uma religião, ter a sua imagem cultuada e suas palavras escritas em um livro sagrado.
Mas como nem tudo é tão perfeito assim, nem mesmo na fantasia mais desejada, ela permaneceu no seu Olimpo imaginário, isolada de seus adoradores que, por mais que a desejassem jamais a tocariam, pois esse Olimpo era inatingível para eles, mortais, e de lá ela nunca sairia porque seu amor próprio era tão próprio que não a permitia sequer ver os mortais, e viveu condenada à solidão de sua perfeição, como uma deusa que habita o nosso imaginário e que nunca deixará de ser um produto da nossa imaginação, pois não suportaríamos a decepção de saber que a nossa deusa perfeita não passava de alguém tão limitado quanto a nossa própria insignificância.

sábado, 23 de junho de 2007

Os Dias Dos Amigos.

Ontem recebi um e-mail simples, breve, mas muito importante, uma mensagem dizendo que alguém gostava de mim, uma amiga escreveu, amiga especial que com esse gesto simples, expontâneo e incondicional mudou o meu dia e os próximos, também.
Aqui mesmo nesse blog, em Julho do ano passado eu já havia escrito como meus amigos são importantes para mim e como tenho dificuldade em externar isso a eles, pode ser por vergonha, medo da declaração ser mal interpretada ou outro motivo qualquer, mas queria deixar muito claro que amo os meus amigos e a essa amiga em especial que me escreveu e que só eu sei o quanto sinto desse amor por ela e pelo meus demais amigos.
Eu os amo, embora não pareça, pois os meus gestos nem sempre refletem meus sentimentos.

sábado, 9 de junho de 2007

Mãos de Fada.

Eu corto o cabelo em um salão perto de casa, ele é grande, deve ter uns vinte ou trinta profissionais trabalhando, quando chego não faço questão de ser atendido por nenhuma pessoa, prefiro o cabelereiro que estiver livre para eu ser atendido mais rapidamente.
Ontem fui cortar o cabelo e fui atendido por uma senhora de poucas palavras, mas muito capaz, pude sentir que ela cortava meu cabelo com atençao e dedicação, estava concentrada no que fazia, mesmo quando o celular dela tocou para atender a uma chamada da sua filha.
Ela cortava o cabelo com delicadeza, quase uma massagem e eu fui ficando cada vez mais relaxado, quase dormi na cadeira, sem falar que ela cortou o cabelo exatamente como eu pedi, ficou excelente. Por essas dá vontade de preferir sempre ela, nem sei seu nome, mas ficou na minha memória a boa profissional que ela é.

A Neblina.

Como toda criança eu estranhava os dias de nevoeiro intenso, não entendia o que havia acontecido com o sol que se escondia e toda a paisagem ficava enevoada, esbranquiçada, com tons de cinza. Me confundia com o horário, não sabia se era de manhã ou de tarde, se era hora de almoçar ou não. Também me sentia oprimido, a névoa me passava uma sensação de prisão, meu olhar ficava limitado e contagiava meu espírito que se abatia com o dia fechado.
Há poucos dias a cidade amanheceu coberta por uma intensa névoa como há muito eu não via e eu me lembrei da minha infância, das sensações que eu tinha por conta da neblina, revivi um pouco disso, da falta que o sol me fazia, de ver o céu, azul ou não, do sentimento de prisão que é estar sob neblina. Curiosamente uns dias antes dessa neblina os dias estavam maravilhosos, céu muito azul, sem nuvens, contrapondo com o dia de neblina que em determinados invernos aparece, como nesse outono com cara de inverno que estamos tendo em 2007.

sábado, 5 de maio de 2007

A Dois e A Sós.

Manhã de sol na praia.
Duas pessoas caminhando: ele e ela.
Distantes, mas um de encontro ao outro.
Tão distantes que parecem apenas um ponto para o outro.
Se aproximam.
Se olham.
Mais perto, se vêem.
Se interessam.
Estão sós na praia.
Olhares se cruzam.
Estão perto demais para desviar o olhar, e longe demais para sentir medo.
Se cruzam.
Seguem a caminhada.
Sem palavras.
Mesmos movimentos.
Já distantes, se viram.
Um olha para o outro.
Ao mesmo tempo.
Param.
Voltam.
Se beijam.
Se amam.
Mudos.
Acabam.
Se levantam.
Vão embora.
Prosseguem seus caminhos.
Sós.

Folhas Secas Ao Vento.

Aqui no sul, Abril é um mês de manhãs frescas, quando ocorrem os primeiros nevoeiros, no início rasteiros e tímidos, mês onde se sente o dia encurtar e a noite prolongar. Em Maio vem os primeiros dias frios, ventosos, com menos claridade, mais chuvosos, mês onde as folhas caem e as cores vivas dão lugar ao marrom das folhas mortas e ao cinza do céu nublado.
Tenho me percebido em um Outono na minha vida, tive um período agitado de 2004 até final do ano passado, um Verão na minha vida, agora vejo que entrei em um Outono, não uma estação final da minha vida, uma estação passageira, não uma estação sombria e nem predecessora de um Inverno, apenas uma estação onde o colorido da vida murcha temporariamente e dá lugar às cores mortas que sinalizam um tempo de reflexão, menos convívio social e menos turbulências afetivas, tempo bom e necessário para colocar a cabeça e o coração em ordem, aprontá-los para o que vier pela frente.
Estou entrando na última idade, mas não na última estação. Depois do Inverno sempre vem a Primavera. E vou desabrochar. De novo.

Pensamento Em Série.

Tenho conversado com diversas pessoas nos últimos tempos, no ambiente de trabalho, na minha vida social, e tenho me sentido cansado com a falta de opinião que as pessoas têm a respeito da maioria dos assuntos, as pessoas me parecem papagaios que repetem o que lêem, ou ouvem, ou vêem.
Não há nada de diferente nelas como se as idéias e opiniões fossem, a maioria, padronizadas, as mesmas opiniões formadas a partir dos jornais, telejornais ou de conversas com outras pessoas que também não têm idéias próprias a respeito da vida e do mundo. Robôs que repetem frases feitas, clichês, preconceitos, que explicam tudo da mesma maneira, que sustentam as mesmas opiniões com os mesmos argumentos.
É muito mais fácil repetir o que se houve e se pensar como o outro pensa do que desenvolver a sua própria identidade de pensamento, dá trabalho refletir sobre si, sobre a vida e sobre o mundo, porque são complexos, exigem concentração, conexões com variadas áreas de si e do conhecimento humano, exige segurança e maturidade para que se possa chegar a uma conclusão diferente do óbvio e do lugar comum e ter argumentos para sustentar essa idéia.
Seria melhor que procurássemos pensar mais, por conta própria, ter mais autonomia para escolher as fontes que nos informam e, o mais importante, desenvolver uma visão crítica de nós mesmos, do mundo e da vida, diferente do que está aí posto a todos para pensarem do mesmo jeito. Talvez eu esteja escolhendo mal a parceria das minhas conversas, queria pessoas mais criativas, autênticas, menos doutrinadas e mais dialéticas na forma de pensar.
Estou precisando filosofar um pouco, sinto sede de novos conhecimentos, de novas pessoas, idéias. É hora de renovar minha cabeça, antes que fique tomada por velhos chavões, mesmo que um deles seja: cada cabeça, uma sentença.

sábado, 21 de abril de 2007

Silenciosa Calmaria.

A freqüência dos posts aqui no blog demonstram como está meu mundo interno, quando há muitos posts é sinal de agitação, envolvimento emocional, inquietude, ansiedade, tristeza, alegria ou outro estado de espírito que me mobiliza.
Nas últimas semanas tenho experimentado uma calmaria na minha vida interior, menos mal que não está sendo movimentada por algo ruim, mas bem que poderia se agitar com uma notícia boa, não? Eu gostaria de postar mais e movimentar o blog, mas não estou com conteúdo e não escreverei posts vazios, para encher linguiça com ou sem trema! Por respeito a você que aqui acessa e dedica seu tempo a me ler.