sábado, 26 de março de 2011

Seu Corpo.



Seu corpo é intransigente.
Urgente.
Impaciente.

Invade limites
Revoluciona idiossincrasias.
Destrói muralhas.

Seu corpo exala o odor viciante da transgressão.
E a apreensão do fio da navalha.

Poderoso criador de fantasias
Imaculadas e insondadas.

Seu corpo se derrama sobre o meu,
Afogando meu desejo,
E transformando o amor
Em líquido e certo.


terça-feira, 8 de março de 2011

8 de Março.

O meu desejo é que a mulher seja, um dia, respeitada, reconhecida, valorizada e amada a ponto de não precisar de um dia só para ela, onde a nossa atenção se volte para os problemas das mulheres que há muito deveriam deixar de existir.
Enquanto temos o Dia Internacional da Mulher, aqui vai meus cumprimentos e meu reconhecimento para todas as mulheres, as que conheci, a que me fez gente, e as que até hoje me fazem feliz.

domingo, 6 de março de 2011

Morreu? Quando?

Nos últimos tempos se foram duas tias, uma delas muito querida e próxima, e ninguém dos familiares me avisou das mortes.
Eu me senti mal com esta atitude, queria ter me despedido, fiquei me perguntando se as tias, em vida, gostariam ou não que eu me despedisse delas, e cada vez que me pergunto ouço "sim" como resposta. E porque motivo decidiram que eu não deveria vê-las no enterro? Todos tem lá seus motivos para esta decisão, e os lamento.
Eu tenho uma visão particular da minha morte e de como queria ela fosse tratada, embora os familiares não concordem:
Não quero ser enterrado. Não quero que meus ossinhos sejam guardados e que alguém vá lá "me ver" e que alguém gaste uma grana para mantê-los lá. Goste de mim, me odeie, ou seja indiferente a mim diga isso em vida, depois, não resolve nada.
Preferiria ser cremado e as cinzas jogadas em qualquer lugar, menos no lixo porque a companhia lá não é muito agradável.
Resumindo. Pensem assim: foi legal ter convivido com o Mauro, agora acabou e devo seguir a minha vida, ser feliz e lembrar dele da forma que eu quiser, ou não.
Acalmem-se, não estou de partida, é só um mini testamento para quando eu pegar meu boné e ir.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

O Polifaces.

Uma opinião sobre um assunto, hoje, amanhã muda, semana que vem nem opinião tem mais.
Há pessoas que não mantém uma coerência na sua forma de pensar e agir. Sei que ser humano é ser ilógico, confuso, instável, mutável, porém não como o vestir/desvestir de uma roupa.
Alguns sentimentos e ideias não permitem mudança frequente, é como se tivéssemos uma Constituição interna que resguardasse os nossos paradigmas e a seguíssemos, até que um fato maior a fizesse mudar. E aí o cidadão muda, revela não sentir o que dizia sentir, sem relação nenhuma com a realidade externa e total relação com a sua confusa realidade interna.
Prefiro não me relacionar com estas pessoas e me afasto, não me fazem bem, me deixam inseguro, desconfortável e perdido, prefiro a amizade de pessoas mais estáveis, confiáveis e seguras.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Vendo Através da Janela.

Ele obteve nota máxima em Redação no ENEM, escreve bem melhor que o pai que, até hoje, só obteve nota zero, com louvor, em Redação nos vestibulares que prestou.
Os textos ainda estão meio duros, como um corpo que recém acorda, está faltando a eles umas pitadas de humor, jovialidade, suíngue e gírias tri legais.
Aperta o dedo aí e espie o que ele vê fora da janela.

sábado, 15 de janeiro de 2011

O Consertador de Vibrador.

Essa eu vi e ouvi.
Um casal. Ela loira, blusa aberta nas costas, ele vestido com calça jeans e camisa social, ambos aparentando uns quarenta anos de idade.
Foram atendidos por um colega no balcão da loja. Ela estendeu a mão e pediu a ele que consertasse um pequeno suporte com três pilhas palito dentro, coisa rápida, um fio solto, um pingo de solda e resolvido.
O colega terminou o breve serviço e perguntou à loira como poderia testar o suporte recém consertado. Sem cerimônia, ela abriu um misterioso e amedontrador saco preto, retirou um vistoso vibrador cor de rosa com bolinhas cromadas por fora, apontou a "arma" para o colega e disse para ele testar. O colega amarelou, deu um sorriso envergonhado e passou a vez para a loira, ela colocou o suporte com as pilhas na geringonça e ligou, abriu um sorrisão e disse:
-Obaaa, funcionou!
Meu colega teve problemas em casa quando contou o fato,  parece que a esposa não gostou da boa ação, desde então ele é conhecido no bairro como o Consertador de Vibrador, posso dar o aval que poucos conhecem a engenhoca como ele...

O Vendedor de Coisinhas.

Homem anacrônico, do século passado, uns sessenta anos de idade, profissão: vendedor de coisinhas.
Partia todos os dias da sua casa em direção a um bairro distante, mala grande e cheia de bugigangas, de utensílios domésticos a primeiros socorros, barbantes, percevejos, brinquedinhos de criança.
Onde percebia uma aglomeração de gente ou casas habitadas, parava, tocava seu apito, abria a mala grande e espalhava as quinquilharias ao redor.
Um dia uma menina com rosto de menininha se aproximou da mala aberta e perguntou quanto custava uma caixinha pequena que cabia na palma de sua pequena mão, o vendedor disse:
-Esta não tem preço, você a quer?
-Sim, respondeu a menina.
-Toma, é sua, disse o vendedor.
-Quanto custa? Perguntou a menina.
-Nada, essa caixinha eu não vendo, disse o vendedor.
-Porque? Perguntou intrigada a menina.
Então o vendedor abriu um sorriso e disse:
Essa caixinha eu não vendo, eu dou, porque dentro dela está meu coração.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Condensações.


Ela não avisa que aparecerá
Eu a  procuro, 
Mesmo assim.

Não tem forma
E a altera toda a hora.
Me molda.

Poderosa,
Cria e destrói.
Fico pequeno diante dela.

Cria raios,
Os obstrui e os projeta.
Me ilumina e me escurece.

Some para esquentar,
Aparece para esfriar.
Me deixa febril.

Estronda aos clarões 
E me surda.

Frágil,
Dispersa ao vento.
E me leva embora
No meu olhar saudoso
Do que não vi e do que um dia não verei.

domingo, 26 de dezembro de 2010

O Perguntinha.

Por quê? Quando? Quem? Como? Dá para sobreviver sem perguntar, independente das respostas? Perguntar ofende?
Quando eu era criança bombardeava meus pais com perguntas e não tinha assunto que eu os poupasse, eles deviam ter um pouco de Jó na personalidade para me aguentar, especialmente meu pai que era a minha "vítima" preferida, era o que mais respondia e o que mais levava chumbo.
Crescido, vi que perguntas tinham personalidade própria, poderiam ser doces, ásperas, inocentes, maldosas, persecutórias, acusatórias, salvadoras, dependendo da sua formulação, da entonação usada, da hora que foi feita.
Minha relação com a pergunta mudou, mais cuidado na hora de formulá-la, para quem fazê-la e em que momento. Não perdi a curiosidade e ganhei o medo de fazê-la por causa da repercussão que teria no outro, sem perguntas, perdi um pouco do meu senso de aventureiro e me rendi ao mundo de respostas prontas, padronizadas, respostas "para a imprensa", respostas oficiais, sem a minha alegria de ver alguém se sentir mais inteligente e responder as minhas perguntas que nunca silenciaram.
A principal pergunta, a de mais difícil resposta e, também, a contraditoriamente menos necessária segue sem resposta e assim ficará para sempre: quem sou eu? Se eu souber a resposta a vida perderá a graça.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Natal Antecipado.

Ruas cheias, lojas lotadas de pessoas, shopping sem vagas no estacionamento, loucura de Natal, corre prá lá e prá cá, catando um dinheiro aqui e ali para as compras.
Eu já tive dias que antecederam o Natal assim, bem assim, e piores, o Natal deste ano vai ser diferente por um singelo acontecimento.
Um conhecido saiu de casa para trabalhar com a sua esposa, as filhas foram para a escola, ao retornarem para casa, a família viu que ela havia se incendiado, perderam tudo, só ficaram com a roupa do corpo, nada aproveitável restou. Fiquei sabendo disso e recolhi o que tinha em casa e que poderia ser doado, acionei pessoas próximas que também contribuíram,  reuni as doações e enviei, talvez não tenhamos resolvido os problemas daquela família, amenizamos um deles, roupas e calçados, pelo menos.
Passei uns dias me sentindo muito bem como nunca havia me sentido em Natais passados quando havia muitos presentes, materiais, que dei e recebi.
Este Natal foi diferente, não gastei nada e recebi muito mais que em todos os outros, a satisfação de ter ajudado alguém que poderia ter um Natal triste e desesperançoso. Sei que Natal é todo o dia, que não há dia para ser generoso.
Este Natal foi diferente porque, pela primeira vez, o meu Natal aconteceu perto do Natal.

Doce Deleite.



Na semana que passou me reuni com amigos no Restaurante Dado Bier no Bourbon Shopping Country.
Bons momentos tem sempre como protagonistas pessoas, e este foi um deles. Conversa solta, divertida, leve. Tive a oportunidade de conhecer muitos do grupo que só me relacionava via Internet e não houve surpresa, a impressão que tive no virtual se concretizou no real e a noite foi muito agradável, aquelas onde o tempo parece andar mais rápido, ali, que no resto do universo.
Uns goles de suco para molhar a garganta e facilitar o verbo. A comida estava ótima. O destaque foi a sobremesa, um mousse de doce de leite delicioso, só por ele vale um retorno ao restaurante, bem acompanhado, claro.

domingo, 28 de novembro de 2010

Por Enquanto.

Enquanto o sol viaja do outro lado da Terra,
Meus sonhos desfilam absurdos na grande cama de lençóis brancos.
Enquanto a Lua mostra o mesmo rosto,
Meus sonhos desnudam todas as minhas faces.

Levanto meu nariz para respirar uma ideia criativa,
Antes de mergulhar em um mar de obviedades.

Enquanto suspiro por lugares comuns,
Experimento a sensação de levitar.

Doses de tempo em intervalos de segundos.
Terceiras intenções em forma de amor.

Enquanto relógio e coração batem juntos
Nenhuma dor adianta.

Eu e o tempo andamos lado a lado

Enquanto a vida segue
Meio que por encanto.


(À querida Li, que comete a insensatez de me estimular a escrever).

domingo, 14 de novembro de 2010

À Vida, Com Carinho.

De um lado da rua a numeração é par, do outro é ímpar. Dar bom dia não é mania de quem tem TOC. Os parafusos extras que vem dentro da embalagem não são para por no lixo.
Nascemos, nem nos perguntam, e nos matriculam na escola virtual da vida. Nela não há um professor personificado, o quadro negro é uma grande tela onde é projetada a nossa vida e vivências. Os conteúdos nos são mostrados nessa grande tela o tempo todo. Há provas surpresa, só que não há nota para passar, todos alunos avançam sabendo ou não os conteúdos.
Como em uma escola verdadeira, há aqueles que passam com nota máxima, há os que passam colando e há os que não aprendem nada, ainda assim, vão para a série seguinte.
A vida nos confronta com ensinamentos todos os dias, o dia todo. Quando estamos sozinhos, quando acompanhados, na nossa casa, na rua, no ônibus, no trabalho, na quadra de esportes, sozinhos na praia deserta. É um ensinamento na maioria das vezes sutil, algumas vezes grosseiro como um tapa violento no rosto.
Não há como fugir da lição. E aprendemos. Ou não.
Há aqueles que insistem em não aprender o que a vida ensina, fazem-se de cegos e surdos, como se não fosse com eles, onipotentemente, como se já soubessem de tudo o que lhes basta para viverem. São almas pobres, que vagam em seu delírio de sapiência restrita. Gazearam à aula de humildade, pois acreditavam que já conheciam a matéria.
A reprovação vem sempre, com o insucesso, a solidão e a amargura.
Uma maçã deliciosa à vida, com carinho.

domingo, 17 de outubro de 2010

Uma Casa Sem Crianças.

Na semana que passou tivemos a visita de um menininho, sete anos de idade, amigo da Isabelle que se sentiu indisposto na escola, veio para cá porque a sua mãe estava no trabalho, impossibilitada de ficar com ele.
A casa ficou mais movimentada, ruidosa. A voz fininha dele se destacava como um som não reconhecido, diferente, vibrante. Tive que me movimentar na casa prestando atenção para não esbarrar nele porque é pequenino e não constava na lista de pessoas que a gente controla a posição, como os moradores da casa.
Me dei conta de como essa casa ficou menos alegre com o passar dos anos, não há mais crianças morando aqui, as conversas tem um enfoque adulto, as brincadeiras deixaram de ser físicas e passaram a ser verbais, irônicas ou debochadas, piadas sofisticadas que só adulto entende.
Sinto falta da agitação febril da criança e do clima de alegria que ela espalha por uma casa, não é uma saudade intensa a ponto de querer de volta esse clima, é saudade dos tempos que esta casa era mais inocente, simples, onde o problema mais sério era explicar uma piada.

domingo, 10 de outubro de 2010

O Monstro Alheio.

Eu estou diferente, não sei se é a idade, a tal maturidade.
Nas minhas vivências por aí, encontro pessoas que se esquecem de deixar em casa sua amargura, raiva, estupidez, e as despejam em mim ou em quem encontrar pela frente. No passado eu me incomodava com isso, levava à sério, achava que era para mim, emputecia, estragava meu dia e passava um bom tempo ruminando o caso numa tentativa de dar uma resposta ao ataque inexplicável. Eu trazia para mim o problema alheio transformado em ofensa.
Passado os anos, e com alguma experiência de vida, me dei conta que a maioria dos ataques que recebo, seja de conhecidos ou desconhecidos, são motivados por problemas deles e não tem nenhuma relação comigo, sacar isso me fez perder toda a vontade de dar uma resposta à criatura que me ofende, passei a me sentir mais tranquilo, é como se não fosse comigo o incidente. Faço um comentário nada-a-ver e saio deixando a pessoa perdendo seu tempo, e felicidade, alimentando os seus monstros.
Enquanto me alimento de vida.

domingo, 3 de outubro de 2010

O Baile de Máscaras.


O olhar dele cruzou com o dela, as máscaras só permitiam ver o olhar de um e de de outro. Se interessaram, sorriram, disfarçados era melhor para se aproximarem, menos riscos, ansiedade. A conversa fluiu leve, descompromissada.
Sem perceberem, já estavam mais próximos do que se não estivessem mascarados. O baile se aproximava do final, depois de uma longa dança era hora de verem seus rostos. Medo. Ansiedade. Tudo aquilo que havia sido esquecido até então por causa das máscaras reaparece.
Decidem não conhecer o rosto de um e de outro para não estragar o que estava tão bom e combinaram que assim seria.
Passaram o resto da vida juntos e felizes, cada um com sua máscara, a fachada perfeita para um casamento feliz.

domingo, 26 de setembro de 2010

Cheio.

Desânimo.
Tá bom, eu sei que eu não poderia deixar nas mãos dos outros o meu destino e dos que amo, sei que só poderemos desenvolver o país com liberdade, democracia plena, eleições limpas, mas não dá. Não consigo me mobilizar para achar um candidato a qualquer cargo que justifique ir até à urna e votar.
Eu quero um candidato inovador, criativo, peitudo, honesto, carismático, apoiado por todos que pensem com o cérebro. Sei que é utopia, não é assim que as coisas funcionam e não dá para tentar achar soluções mágicas para problemas mundanos e complexos, mas é isso que eu quero, que eu sonho.
Vou ter uma tarefa difícil na hora de votar, quero aproveitar a oportunidade dia 3 e mandar uma banana para aqueles safados que passam a vida política me enrolando, jogando para o público e enriquecendo, não quero desperdiçar a chance de tentar consertar o tanto que estrá errado e que serve a quem nos domina e explora.
Estou cansado de candidatos estereotipados, engendrados em laboratórios de markting e que me tratam como se eu fosse um bocó incapaz de perceber tudo isso.
Vontade de votar no Cacareco.

Inverno Sem Gripe.

Todo o inverno eu era premiado com gripes e resfriados, nariz congestionado, tosse, mal estar, dor pelo corpo, desânimo.
Neste inverno não aconteceu nada disso, passei invicto por ele, nenhuma gripe ou resfriado.
No meu trabalho vários colegas foram à nocaute por causa da gripe, ou faltavam ao serviço ou saíam mais cedo, mesmo aqueles mais resistentes.
Faz parte do meu trabalho atender ao público, e há pessoas que conseguem tossir em minha direção, quando estão próximos a mim, faço cara feia e fico de lado para ver se o  palerma se dá conta do que fez. A maioria não, ou se fazem de loucos.
Estou esperando uma gripe, porque o vírus não vai me deixar sossegado, deve estar planejando um ataque surpresa na primavera.
Sigo me agasalhando um pouco mais do que devia, parabéns ao meu sisterma imunológico, pelo menos uma vez na vida resistiu ao inverno que foi típico com frio, vento e chuva.
Até o próximo espirro.
Saúde.

domingo, 19 de setembro de 2010

Manhãs de Domingo.

Domingo de manhã é um momento único da semana, como o começo da segunda ou a noite do sábado.
Manhãs de domingo são muito parecidas comigo: calmas, tranquilas, sem ruídos, correria, movimento. Elas tem um aroma peculiar, cheiram melhor que as manhãs de outros dias. Na minha cidade temos o hábito do churrasco e, antes das dez horas da manhã, já dá para sentir o cheiro do carvão, ou lenha, queimando e de carne assando no espeto.
Acordo cedo aos domingos, hábito, a casa toda dorme, me encontro comigo mesmo, leio, vejo filmes, reflito, sem interferência. A sensação é ótima, de buscar a mim mesmo, durante a semana é impossível: trabalho, barulho, pessoas elouquecidas sem saber em busca do quê ou de quem me contaminam e me deixam agitado e desconcentrado.
Manhãs de domingo são deliciosas, inesquecíveis.

domingo, 5 de setembro de 2010

Sonhos Que Não Podemos Sonhar.

Ser humano é sonhar, depositar no futuro a crença que o dia vai ser melhor e a felicidade se instalará.
Duro é não sonhar, deixar que a realidade trucide a esperança e torne a pessoa um zumbi esperando a morte.
Tem algum sonho que é tão distante que não possa ser sonhado? Algo que pertenca ao mundo dos humanos e que possa ser excluído por julgarmos inalcançável?
Não sei, mas só a desistência antecipada de sonhá-lo me faz crer em uma morte espiritual que se espalha rapidamente e que pode levar à morte física. 
Sonhos são vida.
Viva-os.