sábado, 5 de abril de 2008

Sonho com Fanta Uva.

Faz um tempo, pedi um lanche no meio da tarde, um sonho, daqueles compridos que se parecem com um cachorro quente com recheio de creme, uma delícia. Para beber só tinha Fanta Uva, dos refrigerantes é o que menos gosto, mas mandei servir.
No exato momento que misturei na boca o gosto do sonho com o do refrigerante me lembrei de trinta anos atrás, quando eu estava no meu primeiro ano de colégio, 1972, era exatamente esse o meu lanche: sonho com Fanta Uva que eu tomava mais pela cor dele do que pelo sabor, no bar do colégio que ficava embaixo de uma escada de alvenaria, onde tínhamos, eu e meus colegas, que comprar umas fichinhas feitas de cartolina com o carimbo do colégio no valor do sonho e do refri para depois pedir o lanche.
Foi um retorno instantâneo ao meu passado, ao bom tempo de criança, da falta de problemas, do futuro distante e inatingível, da ausência de doenças, de morte, de poluição, de ameaças mil e de muita esperança.
Que tempo bom, que saudade.
Preciso sonhar mais, me preocupar menos com o futuro, brincar mais e comer mais sonho com Fanta Uva.

domingo, 16 de março de 2008

A Um Passo do Paraíso.

As pessoas que são próximas a mim seguidamente relatam que dentre meus defeitos um deles se sobressai: sou uma pessoa distante, mesmo para aqueles que me esforço em ser próximo, ainda assim me vêem como alguém distante, inatingível, que esconde parte do seu Eu.
Não gostaria de ser visto desta forma, me vejo diferente, não tão distante como dizem, falo de mim a eles, do que sinto e penso, das minhas aspirações, desejos, memórias e saudades na medida que julgo adequado, provavelmente eu não tenha conseguido falar de mim e do meu íntimo de maneira a me aproximar dos demais e eu esteja me escondendo por detrás das palavras. Será isto?
Faz sentido porque desde pequeno experimento a sensação vaga de solidão até quando estou cercado de pessoas, não que eu seja um solitário, há muitas pessoas à minha volta, mas sinto-me só às vezes.
A situação me incomoda porque tento ser acessível, falar de mim bastante de forma íntima, queria ser mais próximo de quem eu gosto e que gosta de mim e não vejo esse meu esforço de aproximação recompensado com o reconhecimento dos demais.
Essa deve ser uma característica minha que devo aceitar mais do que me rebelar.
Sou distante, mas a um passo de quem eu gosto.

Sem Passar dos Noventa.

Na semana passada fui ao aniversário de uma tia muito querida que completou noventa anos de idade, me imaginei no futuro com essa idade e me senti mal.
Não quero chegar a essa idade, não me entenda mal, não quero morrer, não estou deprimido e nem desesperançoso, só não quero me ver, e que os demais me vejam, declinar física e mentalmente depois de ter vivido como vivi, uma vida boa, alegre, saudável e sobretudo, feliz, muito feliz.
Sinto que a minha passagem pela Terra já pode terminar agora e com um saldo bem positivo, vi meus dois filhos crescerem e não tenho grandes aspirações na vida a não ser tocá-la da melhor forma possível, nunca fui um cara ambicioso e o que vier de bom daqui para a frente será bem vindo.
O que não pôde ser feito ou vivido é porque não precisava, ou eu não desejava ou não deu porque não era para dar.
Gosto de viver, gosto das pessoas, quero viver mais pela vida em si, nem tanto por mim e quando as luzes do palco se apagarem que reste na mente das pessoas boas ou más lembranças de mim. Lembranças, não saudade dilacerante ou raiva mortal.
Quero uma despedida discreta, sensível e delicada. Como a vida.

1+1=2.

A comunicação é um dos problemas nas relações pessoais, dentre outros. As pessoas falam, falam, gesticulam, discutem, mas não dizem o que tem que ser dito: o óbvio, e ele fica subentendido para quem está falando, só que o interlocutor nem sempre subentende, uns nem tem capacidade de entender o que é dito claramente, o que dirá entender o que está no campo escorregadio e dúbio do implícito.
Quem fala pensa que se faz entender, o que escuta não entende ou entende errado, a comunicação falha e surge no espaço criado o mal entendido. Por isso tenho dito o óbvio, sendo repetitivo e redundante se for o caso, para não ser mal entendido e para que a situação seja posta às claras.
Não gosto de ser cobrado pelo que fiz ou deixei de fazer, certo ou errado, por não terem entendido por que fiz e como fiz. É uma postura infantil para evitar erros e viver melhor na maturidade.

O Grande Aprendiz.

Estou orgulhoso e feliz com o meu filho de quinze anos de idade. Nesta semana que passou ele começou no Projeto Menor Aprendiz, para tal confeccionou a Carteira de Trabalho, CPF, abriu conta no banco, recebeu o cartão de débito e o crachá da empresa onde trabalhará, por enquanto serão seis meses de estudo pago no Senac, parece aluno dos Emirados Árabes que recebe para estudar! Depois terá três meses de trabalho na empresa que o indicou para o Projeto.
Tenho orientado ele para que aproveite bem o período que estudará e trabalhará para que inicie bem a sua carreira profissional, afinal, uma vaga nesse Projeto é ambicionada por milhares de jovens da idade dele.
Ele também está feliz, se sentindo adulto e responsável, pelo trabalho, pela grana que ganhará e aprenderá a gerir e usar para adquirir o que quiser.
Não sei se ele será aproveitado pela empresa ao final do Projeto, se não for, ainda assim terá sido uma experiência importante para quebrar o gelo e permitirá uma adaptação mais fácil dele à futuros empregos.

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Indireta.

A indireta é aquela verdade, na opinião de alguém, que é dita de forma sorrateira, covarde, subterrânea, maldosa.
Ao longo da minha vida já me deparei com diversas criaturas que usavam desse expediente. No meu serviço, por vezes, recebo indiretas porque, de uma forma ou outra, minhas atitudes incomodam a alguns. É uma forma vil de machucar o outro, porque não dá opção de defesa a ele, se tentar responder, o agressor pode simplesmente dizer que a afirmação não foi dirigida a ele e fica com cara de bobo por considerar a hipótese dita na indireta como verdadeira. Se ficar quieto a indignação aumenta por causa da forma rasteira desse tipo de agressão.
Não tenho no meu círculo de amizades quem dê indiretas, é impossível eu conviver com pessoas que se utilizam da indireta para dizer o que pode, e deve, ser dito de forma clara, objetiva e com tato.

Féria$.

As férias da minha filha estão acabando, ainda bem! Não que ela incomode por estar em casa, mas esse ano ela deu um prejuízo, nada de sério, foram umas peraltices próprias da idade dela e que me deram motivo para algumas risadas.
Dia desses ela estava brincando, em casa, de "bater figurinha" com a turminha de amigos, uma dessas figurinhas caiu no telhado do apartamento térreo, um dos amigos dela saiu pela área de serviço, buscou a figurinha no telhado, mas acabou quebrando uma telha, a vizinha reclamou e vamos ter que consertar a telha. Outro dia ela foi à casa de uma amiguinha, ela e as amigas resolverem ligar a chapinha da mãe de uma delas, mas ligaram com as chapas unidas, superaqueceu a chapinha e queimou, lá fui eu mexer no bolso de novo, ahahahaha.
Segunda ela volta às aulas, meu bolso estará a salvo, mas sentirei falta da agitação das férias dela.

Invernico.

O clima aqui no sul está diferente do habitual. No ano passado tivemos um inverno atípico.
O nosso inverno comumente é marcado por temperaturas baixas, mas de tempos em tempos há períodos de um, dois ou mais dias de veranico que são períodos de temperatura elevada dentro do outono ou inverno, o que torna o inverno melhor suportável pela população.
Em 2007 tivemos um inverno rigoroso como não víamos à décadas, não que houvesse quebra de recorde da temperatura mínima ou mais dias de neve que o normal, houve que a temperatura média foi baixa durante todo o inverno, não tivemos veranicos, a temperatura baixou em Maio e não subiu mais até Setembro. Quando terminava a chuva vinha a geada em cima do barro, no mesmo dia, ou no outro, nublava e, em seguida, voltava a chuva não dando tempo da temperatura máxima subir além de 13-14ºC.
O verão está anormal, também, está fazendo calor, mas não com a intensidade habitual, deu para contar nos dedos até agora os dias de abafamento que em outros verões eram a rotina. Tem feito noites e amanheceres frios para essa época do ano, tivemos invernicos em Janeiro, eu quase senti frio em algumas manhãs, não usei o ventilador em todas as noites como de hábito nos verões passados e a projeção dos modelos meteorológicos é que teremos um inverno semelhante ao do ano passado.
Todas essas anomalias climáticas são atribuídas ao fenômeno La Niña que é o esfriamento das águas do Pacífico e que influencia o clima de boa parte do planeta.
Tomara que o inverno de 2008 não seja tão rigoroso quanto o do ano passado quando tive que dormir até de luvas!

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Senhor Foi Para o Céu?

Sou uma pessoa educada, muito educada, principalmente no trato com desconhecidos quando uso termos como: senhor, senhora, tenha a bondade, por favor, fique à vontade. Pois não é que algumas pessoas estranham isso e passam, sutilmente, a rechaçar esse tratamento? Brincam dizendo que "Senhor está no Céu", ou riem com um leve deboche. Na maioria das vezes são pessoas de nível sócio cultural baixo que provavelmente não foram acostumadas a serem tratadas tão bem e estranham um tratamento tão respeitoso e diferenciado.
Os bairros onde essas pessoas vivem geralmente são uma selva onde cada um por si procura se safar de várias ameaças que lá existem como criminosos, traficantes e marginais, talvez por isso estranhem quem os trata bem e com respeito. E eu? O que tenho a ver com isso? Bem, não importa onde me insiro nesse contexto, se é que faço parte dele, o que de fato é relevante é que jamais vou mudar meu jeito de ser só porque estou me relacionando com pessoas que não estão acostumadas com uma educação mais sofisticada, e minha educação é um ótimo instrumento para afastar aqueles que não têm afinidade comigo e aproximar os que tem.

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Esqueceram de Mim.

Não lembro quando foi a última vez que fiquei tanto tempo sozinho em casa. Ficarei o feriado todo de Carnaval e mais a quarta feira de cinzas sozinho, com a casa toda para mim. Sem horário para as refeições, ouvindo as músicas que gosto, sem ter que respeitar os ouvidos alheios, vendo o que quero na TV, dormindo quanto tempo quiser e onde quiser na casa e com uma cama de casal só para mim.
Estou mais feliz que guri com corneta nova!

domingo, 27 de janeiro de 2008

Reviver.

Há quatro anos não nos víamos. A conversa fluiu como nos bons tempos, atropelada, nervosa, variando de um assunto ao outro na mesma velocidade da ansiedade de colocá-los em dia.
O tempo que passou não foi suficiente para nos mudar, mas foi para nos amadurecer, fazer-nos ver melhor onde estamos no mundo e as implicâncias disso. O tempo agiu como a oxidação em um metal que, ao mesmo tempo que corrói, expõe o seu interior e o amacia, tornando-o mais flexível. Sem as exigências anteriores diminuiu a necessidade de não errar fazendo aparecer o verdadeiro eu, ou melhor, o verdadeiro nós, com isso a risada surgiu expontânea, ao contrário de antes, quando ficava soterrada pela cobrança e pelo conflito.
Foi bom relembrar o doce odor das flores de cactus e entender que rever, conversar e sentir é reviver.

domingo, 6 de janeiro de 2008

Respeito.

Temos problemas em nosso país, problemas sociais, econômicos e políticos. A nossa sociedade também tem os seus problemas. As causas são diversas e difíceis de serem identificadas, porém uma delas me chama a atenção a algum tempo: a falta de respeito. É uma sensação difusa que tenho de que as pessoas não respeitam umas às outras e as intituições não respeitam o cidadão de uma forma geral.
É a fila do banco, a faixa de segurança que falta no local de fluxo de pedestres, é a polícia que faz que não vê o crime que todos vêem, a má aplicação do dinheiro público, o motorista que quer ultrapassar o outro de qualquer jeito, os que furam filas, que fraudam os programas sociais e por aí vai.
Nem sempre o desrespeito é explícito, na maioria das vezes ele está disfarçado de falta de recursos, má gestão, se desrespeita porque se é desrespeitado como se um erro justificasse outro e etc. No fundo é falta de educação, desvalorização do outro, uma cultura que temos que nos é nociva e impede de desenvolver, claro que não é só isso que impede o desenvolvimento do país, nem é o motivo principal, mas atrapalha.
País desenvolvido respeita seu cidadão e os cidadãos se respeitam entre si.

sábado, 5 de janeiro de 2008

Não.

Doeu.
Meus filhos são legais, raramente exigem dos pais uma decisão difícil, são compreensivos, mas semana que passou minha filha quis sair com companhias não recomendáveis. Argumentei, ela bateu pé, argumentei, ela fez beicinho, argumentei, ela fez que não entendeu, argumentei e disse-lhe, não. Ela chorou, doeu meu coração, mas mantive a decisão, havia risco no passeio porque as companhias não eram confiáveis. Felizmente o passeio foi cancelado.
Ser pai inclui essas situações duras. Ainda bem que raras. No futuro talvez seja ela quem me diga não, quando eu quiser caducamente ser um jovem de quinze anos no corpo de um senhor de oitenta. Vai doer. Em nós.

segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

A Música e Eu.

Gosto de música, ouço diariamente e, agora, tenho me perguntado o porque dessa relação diária e intensa com ela.
Quando pequeno toquei na Banda Marcial do meu colégio, entrei como mascote com nove anos de idade, depois passei a tocar taról, um tipo de tambor. Participei da Banda Marcial durante toda a minha vida escolar.
Desde criança ouço música no rádio, tinha uns seis anos de idade quando comecei a ouvir, no princípio eram estações em AM com som limitado e abafado, depois vieram as estações de FM com um som melhor, mais límpido. Agora a música está no computador e no tocador de mp3.
Hoje me comparo aos demais da minha idade e vejo que poucos amigos e conhecidos se dedicam a ouvir música de forma regular como eu.
Quando ouço música imediatamente faço uma conexão íntima com meus sentimentos, dependendo da música os meus sentimentos permutam entre extremos. A música age como um chave que abre meus sentimentos e permite que eu tome contato com eles.
Meu gosto musical é bem variado: MPB, pop e rock nacional e internacional, música eletrônica e algumas belas canções orquestradas, a maioria velharias do meu tempo de adolescente e jovem.
Recentemente tenho sentido vontade de trabalhar com música, não sei de que forma e nem com quem, é mais uma sensação vaga do que um desejo construído. Vou ver no que isso vai dar.
Uma bela canção que reflete o que sinto e minha relação com a música é "Music Was My First Love" de John Miles, cuja letra está abaixo.


"Music was my first love
and it will be my last.
Music of the future
and music of the past.
To live without my music
would be impossible to do.
In this world of troubles,
my music pulls me through.

Music was my first love
and it will be last.
Music of the future
and music of the past
and music of the past
and music of the past.

Music was my first love
and it will be my last.
Music of the future
and music of the past.
To live without my music
would be impossible to do.
In this world of troubles,
my music pulls me through".

Não Entendi.

Eu falo, falo, e a pessoa entende só uma parte do que falei. Já aconteceu isso com você? Pois comigo acontece com freqüência.
Por mais que eu me esforce em explicar detalhadamente uma idéia dando ênfase ao mais importante, a pessoa não entende. Destaco o que há de mais importante na idéia com um tom de voz diferente, mas em vão, ela só ouve e entende aquilo que ela quer ouvir ou entender, parece ter ouvidos seletivos. E torno a repetir a idéia de outra forma, com outra entonação, usando uma linguagem mais acessível, mais próxima do popular, quase chula, e ela ainda me olha com olhos incrédulos e duvidosos. Eu canso, deixo o não entendido pelo não entendido e desisto.
Dá trabalho ser entendido, e mais ainda para quem, como eu, exige de si mesmo ser entendido claramente do início ao fim.
Se você leu até aqui é porque entendeu. Obrigado pela visita, nos entendamos sempre.

O Mesmo Ano.

Acabou esse ano, logo mais começa outro, sem pedir licença, sem perguntar se gostamos ou não do que se vai e se queremos trocar pelo novo.
Eu sou indiferente às mudanças de ano, não é o calendário que vai fazer a minha vida mudar. Acredito que eu e a minha postura diante da vida é que podem ter influência direta na minha vida e no rumo que ela irá. Não tomo decisões na mudança de ano que não sejam decisões já amadurecidas em mim e respaldadas pela minha convicção.
O ano de 2007 foi um ano razoável, bem melhor que 2006, este, um ano para eu esquecer. Em 2007 pude retomar a serenidade da minha vida e estabelecer uma base financeira para que eu e minha família nos mantivéssemos. Conheci algumas pessoas, aprofundei a relação com outras e nesse ponto de vista 2007 foi bom, também. O trabalho me exigiu bastante e fez com que o ano passasse aparentemente muito mais rápido que os anteriores. Cheguei ao final do ano mais cansado e sem férias, estou aproveitando os feriados de final de ano para descansar, depois, só no Carnaval.
Não vejo 2008 diferente de 2007 até o momento, pretendo tocar a minha vida com tranquilidade, me equilibrando entre as dificuldades que surgirão, pois são inevitáveis. Com saúde, amor e uns trocados no bolso vai dar para encarar esse 2008.

domingo, 16 de dezembro de 2007

Penso, Logo Canso.

Estou querendo dar férias para a minha cabeça, estou cansado de pensar, é o dia todo e até dormindo. Chega.
Quero assistir a um filme, ouvir uma música, ir para o meio do mato, não pensar em nada e evitar os pensamentos redundantes dos quais estou cansado. É muita elocubração, achismo, dedução, "será que" e outros pensamentos estereotipados que já me cansaram. Não chego a lugar nenhum com eles, é um lixo mental que fica ocupando espaço e tempo na cabeça. Não quero pensar "até quando o carnaval chegar".
Vou pedir isso ao Bom Velhinho, quem sabe ganho? Tenho me comportado bem este ano.

sábado, 15 de dezembro de 2007

Acredito Em Papai Noel.

Eu acredito, não no Bom Velhinho, nas renas, no saco cheio de presentes, mas acredito no que o Papai Noel simboliza: a esperança, possibilidade de um dia melhor, a fantasia, o sonho, a chance de uma vida melhor e um mundo menos injusto.
Não sou religioso e separo o significado do Natal que escrevi acima do valor católico que ele possui.
Não acredito em vida sem o sonho, a fantasia e a esperança. É tempo de sonhar, de acreditar que podemos ter um futuro ainda melhor do que temos. Tempo de transmitir aos pequenos que a fantasia é boa, mas não viver nela, deixar em um cantinho da nossa alma um lembrete de que a vida não é só a dureza do dia-a-dia, a morte, a fome, as dívidas e a maldade.
Sigo acreditando em Papai Noel.

domingo, 9 de dezembro de 2007

Selada Com Um Beijo.

Hoje uma forma rápida e fácil de se comunicar é via e-mail. No passado era mais comum a carta.
O e-mail viaja para qualquer lugar do mundo onde a outra pessoa estiver, chega quase instantaneamente e tem seu custo irrisório. Mas há uma diferença substancial e eu me dava conta da diferença enquanto ouvia a antiga canção "Sealed With a Kiss" interpretada por Bobby Vinton.
Eu tentei substituir na letra da música a palavra "letter" por "e-mail", só que não funcionou, o e-mail não pode ser selado com um beijo, não pode ter um anexo que exale o perfume que pode ser adicionado ao papel da carta, não se vê a letra da outra pessoa e o significado único que ela tem. E-mails são modernos, rápidos e práticos, mas, diferente das cartas, são frios por mais afetuosas que sejam as palavras nele contidas e não dá para segurar um e-mail nas mãos, mesmo que impresso, ver a marca dos lábios de quem a gente ama e sentir o seu cheiro.
Pelo menos por enquanto.


Bobby Vinton - Sealed With A Kiss

Though we gotta say goodbye for the summer
Baby, I promise you this
I'll send you all my love
Every day in a letter
Sealed with a kiss

Yes, it's gonna be a cold lonely summer
But I'll fill the emptiness
I'll send you all my dreams
Every day in a letter
Sealed with a kiss

I'll see you in the sunlight
I'll hear your voice everywhere
I'll run to tenderly hold you
But baby, you won't be there

I don't wanna say goodbye for the summer
Knowing the love we'll miss
So let us make a pledge
To meet in September And seal it with a kiss

Yes, it's gonna be a cold lonely summer
But I'll fill the emptiness
I'll send you all my love
Every day in a letter
Sealed with a kiss
Sealed with a kiss
Sealed with a kiss.

sábado, 1 de dezembro de 2007

Francamente: Um Defeito.

Por vezes encontro pessoas que dizem que uma de suas qualidades é a franqueza. Essa afirmação na maioria das vezes não corresponde à verdade. Não que as pessoas estejam mentindo, elas são francas, sim, francas demais ou francas da maneira errada.
Quando penso em franqueza, penso em pessoa que emite a sua opinião de forma clara, seja a favor ou contra alguém ou alguma coisa, porém não é uma questão simples assim ser franco. Se alguém emite a sua opinião de uma forma grosseira, apressada, parcial, para a pessoa errada, no momento errado ou em num tom de voz alterado a franqueza deixa rapidamente de ser uma qualidade para se tornar um sutil e sensível defeito, uma agressão ligada à falta de educação.
Franqueza não pode ser confundida com grosseria, para ser franco alguém tem que ter sensibilidade para que use essa sua característica como uma qualidade. É um terreno crítico, quando não colocamos as palavras com brandura agredimos o outro mesmo que estejamos pensando em ajudar nós atrapalhamos, constrangimos e fazemos mal a quem gostamos.
Desculpa a franqueza.