quinta-feira, 1 de dezembro de 2005

Dezembro.

Dezembro é o mês que mais me remete à infância, mês de início das férias de verão, as maiores do ano, mês do Natal, da expectativa de receber presentes, mês onde o calor se instalava definitivamente, mês de ótimas recordações: de uma infância bonita, cheia de vida, de energia, mas, também, de uma infância não tão agradável, da sensação de ser pequeno e dos adultos me oprimirem com as suas idéias e argumentações imbatíveis, onde havia incerteza do que era ser adulto e do que a vida me reservava para o futuro.
Dezembro era o mês de sair à rua, de brincar o dia todo fora de casa, de jogar bola, bolinhas de gude, brincar de pegar e de polícia e ladrão. Quando eu tinha seis ou sete anos, eu queria completar logo oito anos de idade. Gostava do número 8, par, com duas bolinhas, uma sobre a outra. Depois que completei oito anos, me decepcionei um pouco, pensava que seria maior, mais alto, mais forte, mas não mudei nada, continuei o mesmo menino em um corpo de criança... Nunca mais desejei ter idade alguma, os oito anos foram o meu último desejo de ter uma idade. Hoje, um ano passa com uma velocidade aparente muito maior do que quando eu tinha oito anos, naquela época um ano era uma eternidade e nada do que era dito naquele momento valeria para o ano seguinte.
Em Dezembro se resolvia se eu passava ou não de ano no colégio, sempre uma aflição por que eu nunca fui um bom aluno, não gostava de estudar e passava raspando todo ano, até que rodei em matemática no 2° do II Grau. Depois me ajeitei, passei a estudar. Um pouco, não muito.
Dezembro é um mês que me traz ótimas recordações, um bom momento para começar a escrever neste blog, me sinto com a mesma opressão e incerteza do menino de oito anos, agora transposta para um monitor. Emoção transformada em bits e bytes, frases comandadas pelo mesmo coração de menino esperançoso de oito anos de idade.
Dois bits de carinho no seu coração.

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