segunda-feira, 5 de dezembro de 2005

Foi Um Rio Que Passou Em Minha Vida.

Lembro-me da última vez que me apaixonei, faz algum tempo, mas não tempo suficiente para esquecer a sensação maravilhosa que é me apaixonar, de deslizar pelo mundo como se estivesse em um tapete voador, de achar que tudo está bem mesmo quando o mundo caía a minha volta, de reagir com bom humor às péssimas notícias, de deitar na cama e viajar no prazer que dava relembrar dela, de rir sozinho fazendo os outros pensarem que eu era louco, de ouvir aquela música no PC que lembrava ela e repetir, repetir e repetir até furar o HD, de ficar com as pernas tremendo de ansiedade minutos antes do encontro com ela e de tentar arrumar o cabelo que insistia em ficar em outra posição. Ah! Que sensação maravilhosa, de suspiros inexplicáveis que a cada vez que ocorriam eram como se fossem pequenos orgasmos respiratórios...
Pois agora leio no site da BBCBrasil uma reportagem que diz, resumidamente, o seguinte: "Apaixonar-se tem um efeito semelhante ao provocado por drogas que viciam, de acordo com um estudo realizado pela Universidade Estadual da Flórida e publicado na revista Nature Neuroscience."
E vicia, vicia mesmo, um vício que é delicioso e que a cada dia tenho mais saudade, como tenho saudade de sentar à beira de um rio e observar as águas formando sempre redemoinhos, mas nunca um redemoinho igual ao outro, como as paixões, aquelas transgressoras e inovadoras, sempre maravilhosas, mas deliciosamente diferentes, uma da outra.

6 comentários:

Methamorfo disse...

Estou conhecendo aos poucos sua trajetória intimista. E aos poucos vou deixando minhas impressões sobre o que leio e o quão agradável é a descoberta de cada texto: curto, poético, melancólico, rebuscado, original, cheio de vida, cheio de saudade...

Você é cativante. Já havia notado essa diferença em seus breves comentários no PF, mas algo muito especial está acontecendo. Estou cada vez mais convencida de que você trilha o caminho das letras por uma causa que transcende até o que de fato é sua intenção.

Seus textos tocam a alma e percorrem o corpo provocando microcurtos-circuitos de ondas de prazer e relaxamento.

Devagar vou descobrindo mais beleza e lidando com um espécime do sexo masculino que, se um dia existiu, julgava extinto.

Devagar vou me apropriando de suas palavras e sorvendo cada gota dessa sabedoria intimista que brota de alguém que por alguma razão tocou fundo em mim desde que me deparei com o primeiro comentário naquele site de sábios foristas.

Parabens Mauro.
Joia.

Dois Bits de Prosa disse...

Este post foi escrito por causa de um momento específico da minha vida onde as emoções tomaram conta e, à época, mantive contato com sensações prazerosas e modificadoras.
Ao longo do blog há eu em verso e prosa, tentativa de aliviar a angústia de ser humano e homem ao mesmo tempo.
Não me considero diferente, apenas não tenho receio de manter contato com a minha alma, a que todos tem, mas que nem todos sentem.
Seu texto, acima, mostra uma pessoa diferente daquela do PF, mais suave, descritiva, dedicada e sensível. Gostei.
Não deixa de comparecer por aqui, há uma ou outra palavra interessante, e muito sentimento humano.
Beijos.

Methamorfo disse...

Tenho certeza de que nossos caminhos não se cruzaram por acaso. Algo maior está sendo resgatado, ainda não conseguiria traduzir em palavras, mas devagar vou compreender o porquê de seus textos tocarem tão fundo em mim e do poder que têm de me fazer acreditar que ainda existem seres humanos que valem muito a pena.

Permita que eu o aprecie, por favor. Não se esquive, não se retrate, não se contenha.

Obrigada por ter colorido meu mundo cinza.

Joia.

Methamorfo disse...

Permita-me continuar trilhando seus caminhos dos últimos cinco anos. Nos encontramos em outro momento de sua história...

Methamorfo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Dois Bits de Prosa disse...

Creio que não haja segredo nas minhas postagens, talvez o que exista seja a simplicidade, a retomada das emoções.
Tens toda a liberdade, uma das bases da minha constituição interna é a Liberdade, a com "L" maiúsculo e este espaço é, também, para trilhares sem receio.
Difícil não me retratar ou não me conter, na série de posts "Necropsia" explico um pouco destas minhas manias e limitações.
Continue me visitando.
Beijos.